Atendimento a Ricardo Gomes em campo foi confuso, admite médico
Diretor do Engenhão Alex Bousquet, no entanto, defende a estrutura do estádio para que qualquer tipo de problema médico seja bem resolvido
Por Fábio Leme Rio de Janeiro
O diretor médico do Centro Médico do Engenhão, Alex Bousquet, afirmou nesta segunda-feira que o estádio tem plenas condições de fazer qualquer atendimento, defendeu a estrutura montada no local e se disse triste com críticas da imprensa. No entanto, ele admitiu que houve problemas dentro do campo no momento em que o técnico do Vasco, Ricardo Gomes, passou mal até a sua remoção para a ambulância. O técnico sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) durante o clássico com o Flamengo, neste domingo.
- O Engenhão é todo preparado para fazer qualquer tipo de atendimento e existe um posto médico central que fica logo abaixo do campo, para o qual foi o Ricardo Gomes. E ainda há outros dois, na ala Leste e outro na Oeste. Essa estrutura é montada visando a 42 mil torcedores, que foi a carga máxima de ingressos de ontem (domingo). Todas ambulâncias são fiscalizadas pelo Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e todas as CTIs móveis são capacitadas para fazer um primeiro atendimento. São quatro da Unimed e e mais duas da Saver, que ficam espalhadas pelo campo - explicou Bousquet.
O diretor do centro médico não fugiu à responsabilidade pelo tumultuado atendimento ao treinador dentro do campo:
- No campo, o atendimento foi confuso, a ida para ambulância foi muito oconfusa. Acho que o que aconteceu foi uma imprevisibilidade. A Saver não atua dentro do campo, mas não estou diminuindo a parte da Saver, todos fomos um pouco culpados. Os ânimos estavam exaltados por problemas extra-campo com as duas torcidas e a polícia, muita gente foi atendida com ferimentos por bala de borracha. Havia muita gente, a imprensa, até a entrada do Ricardo Gomes na ambulância.
Sobre o motivo de o técnico do Vasco não ter sido levado direto para o hospital, Bousquet explicou:
- O primeiro socorro é dentro do campo e foi feito pelo médico Gustavo Campos, que o encaminhou para ambulância. O segundo atendimento é feito dentro da ambulância, e o terceiro no centro médico. Ele foi levado para lá porque precisava de uma estabilização e a ambulância no caminho para o hospital se moveria muito. O paciente primeiro tem de ser levado para o centro médico para estabilização e um melhor diagnóstico. Foi constatado um AVC, colocamos o balão de oxigênio nele, pois era preciso que o cérebro fosse oxigenado. A pressão chegou a 19 por 12 (muito alta).
De acordo com o médico do Engenhão, Ricardo Gomes recebeu um medicamento no centro médico para diminuir sua a pressão arterial.
- Ele só atendia a comandos verbais simples, como por exemplo, levantar a mão direita - disse.
Bousquet se mostrou triste com um comentarista de televisão que é médico, que teria criticado as condições das ambulâncias. O diretor repetiu que as ambulâncias são preparadas, que possuem tubo de oxigênio, maca, desfibrilador, equipamento para a coluna cervical e todo suporte para um primeiro atendimento. Segundo ele, em cada ambulância tem um coordenador, um médico, um enfermeiro e um médico de enfermagem.