Total de visualizações de página

Meu Jogo Inesquecível: Túlio e o Botafogo-95 que Beth Carvalho gosta

Madrinha do Samba conta que paixão pelo Alvinegro surgiu antes do amor pela Mangueira e guarda no coração a grande final do Brasileiro

Por Márcio Mará e Thiago Dias Rio de Janeiro
Poucos brasileiros desconhecem as preferências de Beth Carvalho. De um lado, seu coração é verde e rosa; do outro, preto e branco. A maioria, no entanto, não sabe que Garrincha, Didi e Nilton Santos surgiram na sua vida antes de Nelson Cavaquinho, Cartola e Nelson Sargento. Sim, a Madrinha do Samba é botafoguense de berço. Antes da paixão pela Mangueira, surgiu a alvinegra. Pai, mãe, irmã mais velha, todos em casa já carregavam no peito a Estrela Solitária.

Antes disso, já tinha visto a folha-seca de Didi e se empolgado com os dribles de Garrincha. Depois foi a vez de Jairzinho, Paulo Cesar Caju, Marinho Bruxa, Afonsinho e outros jogadores que se tornaram seus amigos nos encontros no Cacique de Ramos. Com os anos, Beth descobriu papel invertido nessa relação com os craques da bola. Fã confessa da habilidade e classe de Nilton Santos, soube, quando o conheceu, que era ídolo do ídolo. E carrega na figura de outro jogador importante na história alvinegra um momento bem especial.

 Beth Carvalho veste camisa do ídolo Nilton Santos, seu fã (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)
- O jogo mais marcante que vi foi o do gol do Túlio, no primeiro Brasileiro conquistado pelo Botafogo, em 1995, naquela partida contra o Santos., em São Paulo. Na verdade, é o segundo título, porque agora reconheceram aquele de 1968. Mas na época, para todos os efeitos, era como se fosse o primeiro. E ainda teve a história do gol de impedimento, que reclamam até hoje. O Túlio foi uma maravilha, arrasou. E virou meu ídolo. Depois desse Brasileiro, teve um aniversário meu que ele apareceu de surpresa lá em casa... Aquele time era muito bom. Tinha ainda o Gottardo, o Gonçalves, o Donizete - afirmou Beth, em sua casa, na Barra.

De fato, até hoje torcedores do Santos se queixam da arbitragem de Márcio Rezende de Freitas no empate por 1 a 1 entre Santos e Botafogo, dia 17 de dezembro de 1995, no Pacaembu. Após vencer no Maracanã a primeira partida, por 2 a 1 - gols de Túlio e Gottardo -, o Botafogo foi a São Paulo precisando do empate para sair de lá com o título. Conseguiu o resultado e a taça. O time começou bem. Em posição irregular, Túlio abriu o placar, aos 24 minutos do primeiro tempo, para alegria de Beth Carvalho, que viu o jogo em casa, acompanhada de amigos alvinegros. Na segunda etapa, Marcelo Passos empatou na saída, com um minuto de jogo. Dali até o fim, foi um drama até o árbitro encerrar a partida.

Eu estava muito tensa naquela final. Só lembro que vi com botafoguenses, porque aqui em casa eu não boto ninguém para ver jogo comigo que não seja botafoguense. Não tem negócio. E quando vou para o campo, só com botafoguense também. Deus me livre ir com flamenguista, vascaíno, nem pensar. E a maioria dos meus amigos é Flamengo. Mas tenho um amigão botafoguense. O meu cunhado, que é fanático, também vai a todos os jogos do Botafogo, inclusive no interior. Então, eu sempre tenho companhia.