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Em noite do 'noivo' Cortês, Abreu faz dois, e Botafogo atropela o Vasco

Lateral alvinegro, que chamou a atenção pelo casamento em lanchonete de fast-food, é melhor em campo na goleada por 4 a 0 no Engenhão

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Cortês casou-se na última semana e revelou que a recepção aos convidados foi à base de esfihas e bolinhos de bacalhau. Salgada ironia para o Vasco. Movido pelos petiscos e pela felicidade do matrimônio, o lateral foi o melhor em campo na contundente vitória do Botafogo sobre o time cruz-maltino por 4 a 0, na noite deste domingo, no Engenhão. O noivo da semana contou com a ajuda precisa e preciosa de Loco Abreu, autor de dois gols (Antônio Carlos abriu e Herrera fechou o placar), para deixar o campo aplaudido de pé pela parte alvinegra dos 21.238 pagantes.

O time alvinegro fez três dos quatro gols no primeiro tempo, recuperou-se da derrota para o Figueirense na rodada anterior, pulou para os 25 pontos e está na sexta posição do Brasileirão após 15 rodadas. O Vasco perdeu depois de seis jogos (cinco vitórias e um empate) e continua com 27. Está em quarto lugar e ficou a seis pontos do líder Flamengo.
O próximo compromisso do Botafogo é a estreia na Copa Sul-Americana contra o Atlético-MG, em Sete Lagoas, na quarta-feira. O Vasco terá pela frente uma sequência de três partidas contra o Palmeiras: nas duas próximas quintas-feiras pela Copa Sul-Americana e no domingo pelo Brasileirão.

Esta foi a primeira vez que o Bota derrotou o rival no Engenhão. Nas cinco partidas anteriores foram três empates e duas vitórias vascaínas.

Botafogo ao estilo 'fast gol'

Juninho melhorou das dores na coxa direita que o tiraram da vitória por 2 a 0 sobre o Santos, na quarta-feira. Porém, o técnico Ricardo Gomes o deixou no banco de reservas e manteve a tática implícita do revezamento no time titular entre o apoiador e Felipe. Melhor para o volante Jumar, que entrou no time há duas rodadas e lucrou com a consistência defensiva nos jogos contra São Paulo e Santos.

Sem Maicosuel, suspenso, o técnico Caio Júnior apostou em Felipe Menezes. Na lateral, Alessandro perdeu o lugar para Lucas. Antes do jogo, os botafoguenses bicaram a superstição que caracteriza o clube e lançaram o novo uniforme - com mudanças discretas, predominantemente na gola. Em 2010, quando estreou a camisa cinza, o time foi nocauteado por 6 a 0 pelo Vasco e a vida útil do modelo foi curta. Desta vez foi diferente. Bem diferente.

O pontapé inicial do jogo foi uma homenagem a Zagallo, que na próxima terça-feira completa 80 anos. Simultaneamente, o sistema de som do Engenhão informou que o ex-jogador e ex-treinador terá uma estátua no estádio.

Loco Abreu gol Botafogo (Foto: Fernando Soutello / AGIF) 
Loco Abreu comemora um dos gols do Botafogo (Foto: Fernando Soutello / AGIF)
 
Depois da comentada festa de casamento em uma lanchonete fast-food árabe na quinta-feira, Cortês mostrou a força de quibes e esfihas. Fez grande jogada e rolou para Marcelo Mattos chutar. Fernando Prass caiu e defendeu. O goleiro vascaíno também trabalhou bem logo depois, em cobrança de falta de Renato.

A velocidade do Botafogo incomodou a defesa vascaína. Mas o primeiro gol da partida saiu de uma bola parada. Aos dez minutos, Renato cobrou escanteio, a defesa vascaína mirou Loco Abreu, mas se esqueceu de Antônio Carlos. Rômulo ainda tentou puxá-lo, mas o zagueiro subiu e cabeceou firme no canto direito de Fernando Prass.

O Vasco acordou com a desvantagem e respondeu na mesma moeda, mas esbarrou em Jefferson. Felipe cobrou escanteio, Alecsandro subiu na primeira trave e desviou. A bola entraria, mas o goleiro alvinegro se esticou e salvou com um tapa rente ao chão.

O time melhorou, mas parte da torcida cruz-maltina se incomodou com os erros de Marcio Careca, que passou a receber vaias a cada toque na bola. Uma linda tabela, com toques de calcanhar e peito de Diego Souza e Alecsandro quase terminou com um gol de Fagner. Porém, o cabeceio saiu fraco e Jefferson segurou.

Abreu, o 13 impiedoso

Logo na sequência, aos 27, o Alvinegro ampliou. Cortês levou a bola para o meio e, de direita, encontrou Herrera livre nas costas de Anderson Martins. O argentino chutou, e Fernando Prass espalmou. No rebote, Loco Abreu bateu rasteiro e fez o segundo. A torcida celebrou o uruguaio, mas não se esqueceu de Cortês e gritou o nome do lateral também. Pressionado por causa da irregularidade da equipe, Caio Júnior comemorou com raiva, cerrando os punhos e olhando para a torcida.

O resultado supunha total superioridade, mas o Vasco também  teve lampejos. Só que faltava quem definisse as jogadas com precisão. Depois de Alecsandro chutar em cima da zaga dentro da grande área, a torcida pediu a entrada de Elton.

Mas seria justo também pedir por zagueiros. Se levou a melhor sobre Neymar e Lucas, Dedé não pode se gabar de bom desempenho contra Abreu. Sem empecilhos defensivos do rival, o Botafogo fez o terceiro antes do fim do primeiro tempo. Lucas recebeu bom passe de Felipe Menezes e cruzou. Prass espalmou mal, e Elkeson serviu Abreu de cabeça. Ele chutou de primeira no canto direito e fez o terceiro.

Lema do segundo tempo: administrar resultado e fazer mais um

O resultado desastroso do primeiro tempo fez Ricardo Gomes trocar Marcio Careca por Juninho. Jumar foi novamente improvisado na lateral esquerda. A torcida festejou a entrada do Reizinho com a música relembrando o “gol monumental” de 1998. Nem parecia que o placar apontava 3 a 0 para o adversário.

Abreu quase fez o quarto. Levou a melhor sobre Dedé e cabeceou no alto. Prass teve de se desdobrar para defender. Com atuação infernal na esquerda, Cortês foi ao fundo e cruzou à meia-altura. A bola passou pela pequena área, e Loco Abreu completou no travessão.

A atuação confusa do Vasco foi pontuada pela expulsão de Diego Souza. Craque da última rodada, o meia jogou mal e saiu de campo batendo boca com o árbitro Marcelo de Lima Henrique após receber cartão vermelho.

Foi a senha para os botafoguenses gritarem “olé” e aplaudirem de pé a saída de Cortês. A partida entrou em marcha lenta, mas não a ponto de impedir outra intervenção linda de Jefferson após chute de Julinho da entrada da pequena área. Os vascaínos deixaram a arquibancada cabisbaixos e ouvindo ao fundo o deboche dos alvinegros. Muitos nem viram o quarto gol do adversário. Aos 46, Renato, que teve ótimo desempenho, rolou para Herrera acertar o canto direito e encerrar a festa do Botafogo.