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Decisivo, Kleber faz golaço e garante vitória do Palmeiras sobre o Botafogo

Gladiador brilha na estreia do Brasileirão e faz a diferença: 1 a 0 em jogo equilibrado. Alvinegro começa bem, mas apaga e não consegue reação

Por Diego Ribeiro e Thiago Fernandes São José do Rio Preto, SP

 A festa pelos cem jogos de Kleber pelo Palmeiras só veio, na verdade, na partida 102. Neste domingo, com uma camisa alusiva à marca e o nome Gladiador nas costas, o atacante brilhou e deu a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, no Teixeirão, na estreia dos times no Campeonato Brasileiro (assista ao gol no vídeo ao lado). Discreto na maior parte do tempo, Kleber brilhou quando foi exigido e decidiu o equilibrado duelo com um golaço de pé esquerdo, o seu 14º na temporada. O centésimo jogo do atacante foi a goleada por 6 a 0 sofrida diante do Coritiba, em 5 de maio, no Couto Pereira, pela Copa do Brasil. Ele não marcava há seis jogos.

O Teixeirão recebeu bem menos público do que o esperado. Pouco mais de 13 mil pessoas acompanharam a partida, bastante truncada e com raros momentos de emoção. Do lado alvinegro, Maicosuel voltou a um jogo oficial depois de se recuperar de grave lesão no joelho – sentiu claramente a falta de ritmo ao jogar 90 minutos pela primeira vez após quase oito meses. No Verdão, Luiz Felipe Scolari sofreu com cinco desfalques (Valdivia, Lincoln, Rivaldo, Wellington Paulista e Cicinho), mas conseguiu levar o time aos três primeiros pontos no Brasileirão.

O Botafogo volta a campo no próximo sábado, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão, contra o Santos. No domingo, o Palmeira pega o Cruzeiro, às 16h, em Sete Lagoas (MG).

Jefferson é Seleção


Felipão surpreendeu na escalação do Palmeiras, sacando Patrik e atribuindo a tarefa de armação a Tinga e Luan, dois dos jogadores mais criticados pela torcida. Do outro lado, Caio Júnior manteve o que vinha fazendo nos treinamentos em Porto Feliz (SP): utilizou uma linha de quatro jogadores atrás, com Lucas Zen pela esquerda, e liberou Cortês para armar a equipe ao lado de Galhardo. Na frente, Maicosuel fez companhia a Caio.

Com maior volume de jogo e atletas de ofício na armação, o Botafogo dominou os primeiros 15 minutos. Aos poucos, o Palmeiras conseguiu controlar o ímpeto alvinegro ao tirar os espaços de Galhardo e Maicosuel. A arquibancada do Teixeirão, cheia de palmeirenses, começou a empurrar o time para o ataque.

O problema é que faltava qualidade no meio-campo alviverde, tanto que a equipe errou 13 passes na etapa inicial, contra apenas quatro do Glorioso. Não foram raras as vezes em que Kleber voltou para buscar jogo, lutando muito contra os zagueiros rivais. A briga foi tamanha que o Gladiador levou cartão amarelo depois de uma falta dura em Arévalo. Bem treinada, a defesa alvinegra soube neutralizar a principal arma palmeirense.

O Verdão só se encontrou na bola parada, mas teve de encarar um goleiro de Seleção Brasileira. Justificando a sua convocação para os amistosos contra Holanda e Romênia, no início de junho,  Jefferson salvou o Botafogo em duas cobranças de falta de Marcos Assunção – a segunda acertou o travessão, e no rebote João Vitor parou no camisa 1.

 marcio araujo palmeiras arevalo botafogo (Foto: Mario ângelo / Agência Estado) Márcio Araújo, do Palmeiras, disputa a bola com Arévalo, do Botafogo (Foto: Mario Ângelo / Agência Estado)
Ao Gladiador, basta uma chance


Felipão arrumou o que havia de errado no Palmeiras. Com Patrik no lugar de Tinga, a equipe melhorou o toque de bola e conseguiu envolver o Botafogo. Mais preso na defesa, o time de Caio Júnior teve mudanças. Com a saída de Lucas, Zen foi para a direita, e Cortês recuou para sua posição de origem. Cidinho passou a ajudar na armação, sem muito brilho. O Glorioso se armou para surpreender no contra-ataque.

O Verdão passou a jogar mais no ataque. Martelou, martelou mais um pouco, mas faltava algo. Vigiado, Kleber não conseguia se destacar. No entanto, bastou um vacilo da defesa do Botafogo para o Gladiador brilhar. Aos 19, recebeu pela esquerda, deu drible desconcertante em Lucas Zen e fuzilou com a perna canhota – que nem é a boa. A bola foi seca no ângulo direito de Jefferson, indefensável: golaço, e 1 a 0 no placar.

Caio Júnior, sem opção, abandonou o esquema defensivo. Sacou Marcelo Mattos e lançou o atacante Alex, recuando Maicosuel para armar as jogadas. Aí, foi a vez de o Palmeiras se resguardar e só sair em contra-ataques. A entrada de Chico trancou a defesa alviverde e tirou a possibilidade de o Botafogo empatar. A torcida palmeirense, que tanto gritou o nome de Pierre, foi premiada nos minutos finais. Após cinco meses longe dos gramados, o camisa 5 voltou a jogar e encerrou a tarde alviverde em Rio Preto.

palmeiras 1 x 0 botafogo
Marcos, João Vitor (Chico), Danilo, Thiago Heleno e Gabriel Silva; Márcio Araújo, Marcos Assunção, TInga (Patrik) e Luan (Pierre); Kleber e Adriano Jefferson, Lucas (Cidinho), Antonio Carlos, Fabio Ferreira e Lucas Zen, Arévalo, Marcelo Mattos (Alex), Cortês e Galhardo (Bruno Tiago), Maicosuel e Caio
Técnico: Luiz Felipe Scolari Técnico: Caio Júnior
Gols: Kleber, aos 19 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Thiago Heleno, Kleber (PAL); Lucas, Marcelo Mattos (BOT)
Estádio: Teixeirão, em São José do Rio Preto (SP). Data: 22/05/2011. Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS). Auxiliares: Altemir Hausmann (FIFA-RS) e Julio Cesar Rodrigues Santos (RS). Público: 13.705 pagantes. Renda: R$ 400.178