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Rafael Moura, Renato e Deivid apadrinham torneio de favelas

Com lições das peneiras, jogadores destacam experiências vividas na adolescência em lançamento de competição no Rio de Janeiro

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
 
Para chegarem ao posto de nomes importantes de seus clubes, Rafael Moura, Renato e Deivid enfrentaram dificuldades nas peneiras. E foi lembrando esses testes e a importância deles para suas carreiras que os jogadores de Fluminense, Botafogo e Flamengo, respectivamente, estiveram na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira. Eles participaram do lançamento da Taça das Favelas, torneio de futebol que será uma disputa entre 80 equipes de futebol de comunidades fluminenses.

Na sede da Central Única das Favelas (Cufa), na Cidade de Deus, os jogadores falaram sobre a experiência de, ainda adolescentes, mostrarem seu talento e, assim, alcançar o sonho de jogar profissionalmente. Assim, se interessaram em acompanhar de perto o torneio que começa dia 7 de janeiro e terá a final em 4 de fevereiro de 2012. A expectativa é que 24 mil jovens de 15 a 17 anos participem das peneiras, que ocorrem em novembro.

MV Bill, Rafael Moura, Renato e Deivid, Lançamento Taça das Favelas (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com) 
O rapper MV Bill, Rafael Moura, Renato e Deivid durante Lançamento Taça das Favelas (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)


- Aos 13 anos fui reprovado numa peneira do Botafogo, mas não desisti. Em cada peneira são 500 pessoas em busca de um sonho que só três conseguem. Foi algo marcante para mim e espero que esses garotos aproveitem a oportunidade - disse o atacante Deivid, do Flamengo.

Uma das comunidades que contam com uma Unidade de Polícia Pacificadora, implementada pelo Governo do Rio de Janeiro, a Cidade de Deus sediará a final numa arena ainda a ser construída. A Vila Vintém, em Padre Miguel, também abrigará jogos da Taça das Favelas. O campeão disputará o torneio nacional, classificatório para a Copa Mundial das Favelas.

O campeão carioca ganhará de um dos patrocinadores um espaço esportivo com programações socioambientais e culturais. Além disso, a equipe receberá material esportivo durante um ano.

- Essa é a ação de maior impacto dentro de tudo o que já fizemos. É algo que integra e que pode contribuir muito para as comunidades de todo o Brasil – afirmou o rapper MV Bill, presidente da Taça das Favelas.

Renato, do Botafogo, também mostrou satisfação por ver que o torneio levará mais benefícios do que a possibilidade de revelar craques.

- A competição é muito importante por causa da sua questão social. É muito bom ver que essas pessoas terão a oportunidade de mostrar seu talento dentro de suas comunidades – frisou o volante.

Rafael Moura ressaltou que experiências como as que serão vividas pelos jovens na Taça das Favelas são usadas até hoje em sua carreira profissional.

- Isso ajuda a forma caráter, a ter disciplina e a sair de situações adversas no campo e na vida. Alguém vai sair daqui realizado - destacou o atacante do Fluminense.