Vicente Seda,
iG Rio de Janeiro
"Não fico para a fala final do Joel. Eu converso antes com alguns, comento situações que podem ocorrer durante o jogo, cumprimento todos, saio e volto no fim. Falei com o Herrera, o Jefferson, pela defesa naquela bola do Vágner Love, que foi maravilhosa. Disse a ele: 'Você pode ter feito a defesa do título, camarada'. Conversei muito com o Caio, tenho feito isso: 'Olha, acabou o jogo, desliga o 220 volts, volta a trabalhar em 110, cabeça no lugar. Não ganhamos nada'". E também com o Loco Abreu: 'Disseram que estávamos mortos, e provamos que de mortos não temos nada. Vamos continuar assim até o final'. O clima ontem era de não ganhamos nada, só o direito de jogar a final, e o Vasco é outra pedreira", afirmou.
Tentando colocar um freio em qualquer sinal de euforia, o presidente reconhece que o torcedor estava carente da vitória neste clássico. Ele exaltou a importância da chegada de Joel Santana, com a troca de comando ocorrida depois da goleada de 6 a 0 para o Vasco, em 24 de janeiro. "Começamos a Taça Guanabara de uma forma não muito estável, levamos uma porrada do Vasco que ninguém gosta de levar. Tivemos de tomar providências".
Para o presidente, quem mais tem a agradecer pela vitória é a torcida. "A vitória não representa muita coisa em termos de conquista, mas o torcedor estava precisando há algum tempo. Eu gostaria que tivesse acontecido no ano passado, quando tínhamos a possibilidade de conquistar a Taça Rio e o Estadual. Mas, para o torcedor, a questão da zoação, da lavagem da alma, é fundamental".
O presidente agradeceu o apoio e citou um episódio como determinante para dar confiança ao time. "A torcida deu uma demonstração muito positiva da sua grandeza, inclusive com a atitude da própria torcida de exigir que fosse retirada a faixa de repúdio a alguns jogadores (Lúcio Flávio, Alessandro, Eduardo e Fahel). Mostrou que quem está ali está para torcer, apoiar".
Assumpção ainda usou uma frase de efeito, no melhor estilo Joel, que também tem costume de usar frases feitas, muitas vezes engraçadas, para descrever situações do jogo. "O papel que ela (torcida) teve ano passado foi fundamental. Em número muito menor que a do Flamengo, levamos o gol, em nenhum momento vaiaram o time. Aí esse time se agiganta. O que se viu foi a torcida do Flamengo calada no Maracanã. A minha tia e madrinha tem uma frase engraçada: 'Se o elefante tivesse noção da força da sua tromba, o leão não seria o rei da selva'".