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Botafogo planeja transformar dívida milionária em projeto social

Em débito de quase R$ 3 milhões com mineradora, clube conversa sobre ideia de abrigar no Engenhão clínica para formação de atletas olímpicos

Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro



Engenhão pode abrigar projeto de formação de atletas olímpicos O Botafogo pretende fazer uma limonada a partir de alguns limões que tem nas mãos. Assim, iniciou conversas com a Vale do Rio Doce para transformar uma dívida de R$ 2,6 milhões – que não tem condições de pagar – em um projeto social com sede no Engenhão, em parceria com a mineradora, que visa a estimular a prática de esportes e, dessa forma, ajudar o Brasil a descobrir mais talentos para as Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro.

Os números da dívida se referem a dois processos, ajuizados em 1997. O primeiro é referentes a débitos de IPTU de 1991 a 1993, e o segundo provém da reforma da sede de General Severiano, em 1993. A ideia inicial era que a Vale do Rio Doce dividisse com o clube os custos da obra, mas por causa da falta de recursos do Alvinegro, a mineradora acabou pagando por tudo. A execução da dívida e o não pagamento da mesma poderiam, em última análise, acarretar na prisão do presidente Maurício Assumpção.

De acordo com o departamento jurídico do Botafogo, ainda não se esgotaram todas as possibilidades de recorrer da ordem judicial. No entanto, o clube entende que a negociação que transformaria a dívida num projeto social seria o melhor caminho para as duas partes.

- Inicialmente a conversa com a Vale tinha como objetivo um acordo para o parcelamento da dívida, mas depois surgiu a ideia da contrapartida social. Ainda não definimos se o projeto cobrirá todo o valor devido pelo Botafogo, mas o diálogo está aberto - explicou Joana Prado, diretora jurídica do Alvinegro.

O projeto prevê que o projeto social Estação Conhecimento Brasil Vale Ouro utilize as instalações do Engenhão para clínicas de treinamento de atletismo e futebol feminino. Elas serviriam tanto para a formação de atletas quanto para o aperfeiçoamento de profissionais de educação física, como treinadores e preparadores físicos.

- Estamos em fase de negociação de dias, horários e estrutura logística. Para a Vale seria importante contar com alunos treinando numa das sedes dos Jogos de 2016, e para o Botafogo seria benéfico desenvolver projetos com fins sociais, usando a integração como ferramenta. A busca seria por excelência na formação e nos formadores de atletas - observou Márcio Padilha, diretor de marketing do clube.