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Joel Santana chora em almoço na Academia Brasileira de Letras

Treinador ganha medalha comemorativa, se emociona e entrega camisa alvinegra ao presidente da ABL

Diego Rodrigues
Rio de Janeiro



“Esta glória que fica, eleva, honra e consola”. Esta frase está escrita na estátua de Machado de Assis, um dos ícones da literatura do país, na entrada da Academia Brasileira de Letras. Mas também pode se aplicar à história de Joel Santana no futebol. Homenageado na ABL, nesta sexta-feira, o técnico do Botafogo se emocionou, recebeu a medalha do centenário da Academia, entregou a camisa de Nilton Santos e, como de costume, brincou e sorriu.

Joel foi um dos convidados do "Merenda na Academia", evento mensal em que os membros da ABL recebem personalidades ligadas a vários setores da sociedade. A ideia é promover a cultura brasileira.

Às 12h30m, após comandar um treino pela manhã em General Severiano, ele chegou à Academia e foi conhecer as instalações do local. Ao se aproximar da estátua de Machado de Assis, ouviu do presidente da ABL e torcedor do Fluminense, Marcos Vinicios Vilaça, a seguinte frase: “Desconfio que Machado de Assis era tricolor”. Joel sorriu.

             Joel entrega camisa de Nilton Santos ao presidente da Academia Brasileira de Letras

Ao lado de figuras como o jornalista e tesoureiro Murilo Melo Filho, do cartunista Ziraldo, do presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, dos empresários Humberto Motta e Francis Bogossian e do embaixador Marcílio Marques Moreira, ele parecia meio tímido. Ouviu as palavras de Vilaça e, quando levantou para discursar, chorou. Joel recebeu uma medalha do centenário da academia com o rosto de Machado de Assis. Emocionado, entregou uma camisa de Nilton Santos ao presidente, filho de botafoguense, e disse:

- Essa é uma camisa da Enciclopédia do Futebol (Nilton Santos), como não poderia ser diferente.

Recebeu em troca uma homenagem de Marcos Vinicios Vilaça:

- Receba o abraço da Academia em nome de todos esportistas.

Após o almoço, Joel falou rapidamente e mostrou sua satisfação:

- É uma honra maravilhosa. Não vou chorar, senão vou ficar chorão. Pensei que conhecia tudo, mas conheço quase tudo. É uma honra que vai me enriquecer muito.


Ele ainda ganhou um livro sobre Josué Montello e outro de cartas de Joaquim Nabuco para Machado de Assis, e sugeriu um título para uma possível obra de sua carreira:

- Seria “A prancheta do Joel Santana” - brincou o treinador, que já contou que pensa escrever um livro sobre sua história no futebol.

Já o cartunista e torcedor do Flamengo Ziraldo elogiou a homenagem a Joel, e aproveitou para agradecer pelas conquistas do treinador pelo Rubro-Negro.

- Isso amplia o conceito de cultura. Futebol também é cultura. E o Joel é um artista, um ser humano fantástico - afirmou.

Seguindo a linha de convidar pessoas ligadas ao esporte, a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, também será convocada pela instituição. Cartlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileio, João Havelange, presidente de honra da Fifa, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, Hortência, ex-jogadora de basquete e Bernard, ex-jogador de vôlei, também já passaram pela ABL.

E Joel, após uma descontraída tarde com alguns imortais da literatura brasileira, seguiu para Campos com a delegação alvinegra, onde enfrenta o Americano, sábado, no Godofredo Cruz, pela Taça Rio. Assim, ele vai seguir escrevendo páginas no livro do futebol, como a da final da Taça Guanabara, no último domingo, para se tornar também um imortal... do esporte.