Aos 61 anos, técnico do Botafogo larga perfil durão e se diz mais romântico
Gustavo Rotstein e João Paulo Garschagen
Rio de Janeiro
O jeito malandro e boleiro continua a ser a sua marca. Mas desde que retornou da África do Sul, após quase dois anos comandando a seleção daquele país, Joel Santana vem revelando algumas mudanças. Embora não tenha perdido a estrela de campeão – o que ficou comprovado com o título da Taça Guanabara – o técnico do Botafogo confessa estar de coração mole e com os sentimentos à flor da pele.
Quando fala do passado e da família, algumas vezes não esconde o choro. No dia a dia, garante ter aprendido dar valor a pequenas coisas, como o cuidado com as flores que mantém na sua sala em General Severiano e a preocupação em dar água a um passarinho que pouse em sua janela. Aos 61 anos, o técnico vive uma fase de amor (assista ao vídeo acima).
- Estou mais emotivo, mais romântico e apaixonado. Qualquer coisa me emociona. Antes era mais durão, rancoroso. Agora falam comigo, e eu começo a chorar. Acho que isso é bom. Dar valor à vida é bom - disse.
A aproximação no relacionamento com pessoas e animais se estende até a objetos como o seu carro, apelidado por ele de “pássaro de prata”. O coração que hoje está mais amolecido também é tratado com carinho no consultório do médico particular, que também é torcedor do Botafogo. O leve AVC sofrido pelo técnico do São Paulo, Ricardo Gomes, acendeu sinal de alerta em Joel Santana.
- Fiz todos os exames, e graças a Deus está tudo bem. Meu médico disse que eu preciso emagrecer dez quilos, mas depois queria que nós fôssemos jantar numa pizzaria - brincou.