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Rio de Janeiro
Loco Abreu vibra após marcar contra o Vasco
Titular da seleção do Uruguai e ídolo da torcida celeste, Loco Abreu chegou ao Botafogo, no início de janeiro, em meio à euforia dos alvinegros. O desembarque no Rio de Janeiro não precisou ser divulgado oficialmente para que torcedores comparecessem ao Aeroporto Internacional e fizessem muito barulho. Na apresentação oficial, em General Severiano, festa com a presença de Zagallo. Um dos grandes ídolos do Glorioso, o Velho Lobo entregou ao uruguaio a camisa 13, número da sorte que acompanha a carreira de ambos.
Em campo, a estreia foi pior do que aquela que o mais pessimista dos botafoguenses poderia imaginar. Substituído no intervado do clássico contra o Vasco, no Engenhão, o atacante assistiu ao time ser goleado por 6 a 0. Mas quiseram os deuses do futebol que ele comemorasse contra o mesmo Vasco a sua primeira conquista com a camisa alvinegra: a Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.
Artilheiro da equipe, com seis gols, curte a lua de mel com os torcedores, que o emocionaram ao erguer uma bandeira uruguaia no Maracanã, palco da final contra os cruzmaltinos, no último domingo. Mais do que isso, já fala em uma forte identificação com as cores do Botafogo, para onde preferiu ir, em vez de permanecer no futebol europeu. Loco Abreu aproveitou a folga ao lado de familiares no Uruguai, mas também abriu o jogo em entrevista ao site oficial do Glorioso.
PRIMEIRA CONQUISTA NO BOTAFOGO
"Apostei ao sair da Europa e agora estou aprendendo o significado de jogar no Botafogo. Esse título significa muito para mim. Pela forma como aconteceu, ser campeão é ótimo. Quando levamos de seis, vieram as críticas. Mas fico contente porque o clube tem profissionais competentes, que nos deram força, moral e condição para conquistar o título. E o dedico ao Zagallo, que me recebeu e me passou a camisa 13".
VOLTA POR CIMA APÓS A GOLEADA
"O trabalho do grupo foi fundamental para conseguirmos a recuperação. Temos autocrítica e sabemos o quanto podemos jogar. Como diz o Joel Santana, é preciso algo mais, e esse algo mais vem do coração. A nossa diferença é conseguir botar cinco por cento a mais. Uma força que vem do coração de cada um".
A PRESSÃO SOFRIDA
"Sempre que se está em um clube grande há a responsabilidade de jogar e ganhar, independentemente do adversário. Hoje, vejo que o que aconteceu contra o Vasco foi muito importante para o grupo, que soube mostrar força na hora certa".
O GOL DE PÊNALTI NA FINAL
"No momento, só passou pela minha cabeça que tinha de fazer o gol. Ficaríamos com 2 a 0 (no placar), e o adversário já estava com dois jogadores a menos. Assim, estaríamos muito perto do título. Muitos me perguntaram por que não fiz a paradinha, mas não é sempre que faço. Já cobrei muitos pênaltis na carreira. Preferi colocar no canto, com convicção".
JOGADOR DE SELEÇÃO SEM ESTRELISMOS
"Jogo para ganhar, não para fazer gols. Se o Botafogo vencer, eu vou ficar bem, a torcida, o clube e o time vão ficar bem. Mas se eu fizer gol e não vencermos,
não vai adiantar nada. Isso faz parte de uma mentalidade vencedora, que o grupo do Botafogo provou ter".
A TORCIDA ALVINEGRA
"O carinho tem sido incrível. Confesso que fiquei muito emocionado no jogo porque vi algo que não fizeram para mim em clube algum. Havia uma grande bandeira do Uruguai na torcida, apesar da rivalidade que há com o Brasil. Foi algo muito legal".
A CÂMERA QUE REGISTRA TUDO
"Com a internet, meus familiares já acompanham de tudo lá (no Uruguai). Eles sabem exatamente como o Botafogo está. Mas vou guardar essas imagens para mim, para os meus filhos e minha família. A tecnologia proporciona isso, poder lembrar, daqui a trinta anos, do clube e dos jogadores. Não é normal um jogador filmar, mas eu não sou normal"