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Por razões políticas, Kleber Leite se afasta do comando do Flamengo

Vice de futebol travava batalha política com o presidente em exercício Delair Dumbrosck e deixa o cargo nesta sexta-feira. Marcos Braz assume

Eduardo Peixoto e Fred Huber
Rio de Janeiro



O Flamengo está sem técnico e também sem vice-presidente de futebol. Nesta sexta-feira, Kleber Leite anunciou em entrevista coletiva que está se afastando do cargo por razões políticas. Ele estava à frente do departamento de futebol desde outubro de 2005. Além de Kleber, o diretor Plínio Serpa Pinto e o advogado Michel Assef também se desligaram do clube. O presidente em exercício, Delair Dumbrosck, escolheu Marcos Braz, que era vice de esportes olímpicos, para substituí-lo.

- Já me emocionei demais hoje. Quando a gente sente que há um desgaste, é melhor dar uma parada. O Flamengo não pode ser prejudicado. Talvez a gente veja o clube de uma forma diferente, mas estaremos sempre à disposição. O Flamengo não está sem comando, tem um presidente em exercício - afirmou Kleber Leite, em entrevista coletiva na Gávea.

Antes de sair, o dirigente viveu em uma espécie de guerra fria com o presidente em exercício, Delair Dumbrosck. Apesar de atualmente compartilharem o mesmo governo, os dois estarão em chapas opostas nas eleições do fim do ano.

Enquanto Delair será candidato, Kleber deve apoiar Plínio Serpa Pinto. O desgaste na relação de ambos ficou evidente no episódio da demissão de Cuca.

Vontade antiga de Delair, a saída do treinador foi postergada ao máximo por causa do racha político. Quando enfim aceitou trocar o técnico, Kleber Leite fez questão de assumir a responsabilidade. Sinal claro de que não havia se “dobrado” às ordens do presidente.

- A decisão foi minha - reafirmou Kleber.

Segundo conselheiros do clube, o clima era o pior possível e influenciava diretamente nos rumos do Flamengo. Apesar disso, o ex-vice de futebol garante que não guarda rancor:

- Não há mágoa com ninguém. Conseguimos várias vitórias importantes, acredito que o sucesso esportivo seja inquestionável. Temos a hegemonia carioca, voltamos a disputar a Libertadores e hoje temos um patrimônio. Em 2005 a situação era bem diferente.

No período em que esteve à frente do departamento de futebol, ele participou da conquista do tricampeonato do Estadual (2007/08/09) e do título da Copa do Brasil (2006).