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O goleiro Jefferson, ex-Botafogo e Cruzeiro, jogou as últimas quatro temporadas no Trabzonspor, da Turquia. Com o fim do seu contrato com o clube turco, ele garante que não pretende continuar no país, e voltar para o Brasil também seria uma boa opção.
Em 2005, com apenas 22 anos, Jefferson se transferiu do Botafogo para o clube turco quando o time carioca ocupava a liderança do Campeonato Brasileiro e muitos apontavam o goleiro como um dos destaques da equipe. Depois de sua saída, o Alvinegro viveu um período complicado e acabou perdendo quatro partidas consecutivas e saindo da liderança da tabela.
- No meu último jogo antes de eu sair, contra o São Paulo, eu ouvia as pessoas dizendo que a gente podia ser campeão, mas era a chance que eu tinha de sair e começar a fazer uma carreira no exterior e por isso eu saí de cabeça erguida. Não posso dizer que minha saída influenciou, porque sempre respeitei muito os goleiros do Botafogo, como o Lopes, o Max, que chegou a viver um bom momento depois da minha saída. Mas futebol é assim mesmo.
Jefferson foi o goleiro reserva na campanha que levou o Botafogo de volta à Primeira Divisão, quando terminou a Série B na segunda posição, em 2003. O defensor garante que não se arrepende de ter deixado o clube, mas acha que pensaria duas vezes se fosse hoje.
- Não me arrependo não. Mas se eu fosse voltar no tempo acho que iria um pouco mais preparado para o exterior, fui muito jovem. Não falava o idioma, não falava nada. Fui um pouco precipitado, sim, talvez tivesse esperado um pouco mais. Mas não me arrependo.
Experiência turca
Divulgação/Divulgação
Goleiro garante estar mais experiente Logo que chegou à Turquia, Jefferson disputou a Copa da Uefa pelo Trabzonspor e terminou na quarta posição. Nos anos seguintes no clube, a melhor campanha foi um terceiro lugar no Campeonato Turco deste ano. O goleiro garante que adquiriu muita experiência, mas os resultados não interferem na sua vontade de sair do país.
- O futebol turco está crescendo muito, mas ainda não se compara a uma Espanha, França ou Itália. O Trabzonport é o quarto melhor time da Turquia, e tive oportunidade de jogar a Copa da Uefa no primeiro ano, quando ficamos em quarto. Além disso, é um clube que eu aprendi muito lá.
Sem contrato, Jefferson estuda propostas
Em 2007, o Botafogo tentou repatriar o goleiro, mas a negociação não evoluiu e Jefferson continuou no clube turco. Ele reconhece que a negociação não era fácil mas que preferia ficar pela Europa naquele momento.
- Vou ser sincero. Sempre tive um carinho grande pelo Botafogo, mas na época eu não tinha uma filha e hoje a cabeça mudou. Hoje já estou com uma filha e até mesmo minha esposa quer voltar. As coisas estão diferentes agora.
Sobre seu futuro, Jefferson diz que ainda é incerto, mas garante que a Turquia não é o seu provável destino. O goleiro tem algumas propostas, inclusive de alguns times do Brasil, mas seus empresários ainda não passaram nomes para que ele decida seu futuro.
- Meu contrato já acabou, estou sem clube e não pretendo mais voltar para a Turquia. Estão aparecendo algumas propostas do Brasil e da Europa. Lá está um pouco escondido, pretendo mostrar novamente meu futebol, agora com mais experiência. Alguns empresários já me procuraram mas eles não citam os nomes dos clubes para evitar que outros não entrem na frente, só me passam que posso acertar a qualquer momento. No fim, sou eu quem decido, mas ele não me passou nada ainda, nesse meio não se fala muito sem uma proposta concreta.
Sobre a possibilidade de voltar ao Brasil, o jogador garante que pretende jogar em um clube grande e que possa ficar por bastante tempo. Mas Jefferson lembra que o Botafogo e o Cruzeiro têm uma vantagem, já que ele ainda tem um carinho grande pelas duas equipes.
- A gente estuda sempre todas as possibilidades. Seria bom voltar para um deles. Eu gosto de ficar sempre bastante tempo no clube, não gosto de ficar seis meses e sair. Tenho um carinho pelos dois, mas outros clubes podem fazer propostas e eu vou analisar. Meu objetivo é jogar em um time de ponta, como o Botafogo e o Cruzeiro.
Seleção brasileira
Aos 26 anos, a vontade de chegar à seleção brasileira não é diferente da maioria dos futebolistas. Jefferson concorda que os goleiros experientes são mais valorizados e elogia Julio César, mas promete trabalhar duro para ainda conseguir seu espaço com a amarelinha.
- A gente sabe que o goleiro com mais idade fica mais experiente, e os clubes querem isso. Muitos goleiros novos estão se destacando, como o Felipe e o Bruno. O meu maior objetivo hoje é igual ao sonho de todo jogador, que é a seleção brasileira. O Julio César está fazendo um grande trabalho, mas esse é sempre o objetivo de qualquer jogador.