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"Eu tenho muita fé nesse novo projeto, só peço à torcida que tenha um pouco de paciência"





paciência"





No entanto o futuro vice é diferente, é mais contido, mais discreto, porém igualmente apaixonado pelo time da estrela solitária. Em entrevista para o beladabola, André conta como será o perfil de sua administração e fala do momento financeiro deliciado.


Sem fugir da dura realidade, ele revela as expectativas do grupo que assume em 2009 e pede paciência à torcida botafoguense.


BB: Quem é André Silva e qual a sua relação com o Botafogo?

AS: Minha relação é de um amor supremo e o Botafogo é um dos maiores amores da minha vida. E o dia mais alegre da minha vida é 21 de julho de 1989, quando o Botafogo foi campeão depois de 21 anos... E tenho 41 anos sou solteiro, não tenho filhos, sou tabelião substituto. Atualmente sou vice-presidente do Conselho Deliberativo do clube, e, acima de tudo, botafoguense.

BB: Como surgiu o convite para você ser o vice-presidente de futebol no próximo triênio?

AS: O convite partiu do Mauricio. Aconteceu que o candidato natural seria o Manoel Renha, mas ele não queria assumir nenhum cargo, então o Mauricio procurou uma pessoa que ele achasse que tivesse um bom trânsito com os jogadores, com a comissão técnica e com o próprio Renha, que vai ajudar e aí ele chegou ao meu nome o que me deixou extremamente agradecido e orgulhoso por ter sido chamado para esse cargo.

BB: Como é a sua relação com o Renha e de que forma ele pode ajudar nesse trabalho.

AS: A minha relação com ele é de amizade, eu gosto muito dele, da Flávia, a esposa dele. E ele é uma pessoa que adquiriu uma experiência nesse período no Botafogo, além de ser um empresário vitorioso. Ele tem uma credibilidade muito grande com os jogadores e no mercado do mundo de futebol, eu tenho certeza que ele me ajudará bastante.


BB: Como você acha que vai conseguir dosar seu sentimento de torcedor com a responsabilidade do seu cargo?

AS: Eu tenho noção dessa responsabilidade e eu acho que já trabalhei isso nesses últimos três anos que fiquei dentro do futebol quando aprendi que eu não podia ter determinadas reações na frente dos jogadores, então é algo que já venho me procurando me educar o tempo todo.

BB: Quais são as expectativas do grupo que está assumindo e a realidade do clube?

AS: A expectativa é a de fazer um grande time, um grande clube, mas a realidade é que estamos passando por uma crise muito séria, não só em virtude da crise do Botafogo, mas da própria crise mundial e a tendência é que ela chegue verdadeiramente nos clubes de futebol, provavelmente jogadores e treinadores terão que repensar o mercado de futebol.
Hoje a realidade do Botafogo é bem dura, vamos ter que trabalhar com um orçamento reduzido, não há outro jeito. O primeiro ano será mais difícil, porque temos pouca receita e muita despesa. Vamos pegar muitos contratos vencendo, e teremos pouca receita. A partir do segundo ano, as coisas deverão melhorar porque vamos ter renovação de patrocínio de camisa, Maracanã fechado e os times terão que jogar no Engenhão.

BB: Como está sendo feito o planejamento da nova administração?

AS: Nós estamos planejando a médio prazo e não a curto prazo. A nossa preocupação principal é as divisões de base, para que a gente possa estar já colhendo daqui a três anos os frutos de agora. Em termos de futebol profissional, nós estamos pensando nesse ano, mas, a parte financeira, já estamos pensando os próximos anos, o Cláudio Good já está fazendo uma projeção de arrecadação e de despesas para os próximos três anos.

BB: Como será montado o orçamento para o futebol em 2009?

AS: Quem cuida mais dessa parte é o Mauricio e eu só terei essa informação na reunião que teremos segunda-feira, quando me reunirei com o Good e com o Mauricio. O que eu sei, é que temos cotas da Globo a receber, metade do contrato com a Liquigás para receber e a expectativa de que alguns investidores botafoguenses comprem o projeto de ajudar o clube hoje para receberem daqui a dois ou três anos.

BB: De que forma o Engenhão poderá ser usada como receita para o futebol?

AS: Bom, o Mauricio está vendo junto ao Beto Macedo que deve ser o novo vice de Comunicação Social. Eles estão vendo alguns projetos para a exploração do estádio. Eu fiquei sabendo muito superficialmente, mas a idéia é de que o Engenhão em 2010 se torne uma fonte de receitas grande para o Botafogo. Em 2009 vai ser difícil, porque montar uma coisa durante o ano é complicado, mas em 2010, com certeza ele será uma grande fonte de receita.

BB: Surgiu a notícia de que o técnico Ney Franco não permanecerá no Botafogo, qual é o teor de veracidade nessa informação?

AS: Não tem nada dado como certo. O que tem de concreto é que recebemos a proposta do Ney e só não respondemos ainda porque ainda não temos o orçamento para o ano que vem, então eu só posso dizer se é boa ou não para o Botafogo depois que eu estudar o orçamento. O que eu posso dizer é que a proposta do Ney não foi uma proposta absurda em cima do que ele já ganha, ele pediu um aumento simbólico, mas não sei como essa proposta vai se encaixar no orçamento que eu vou receber e caberá a ele me dizer se ele tem condição ou não de aceitar a proposta que o orçamento me permitir fazer, se ele tiver condição, ótimo, continuaremos trabalhando junto; senão, ele vai procurar o caminho dele e nós continuaremos com o nosso.

BB: Em caso de ele não permanecer quais seriam os outros caminhos? Falaram em Wagner Mancini e no Cuca...

AS: São grandes treinadores. Para mim, a questão do Cuca é muito complicada porque ele é meu amigo pessoal, ele inclusive chegou ao Rio essa semana e me ligou em marcamos para jantar, mas não tem nada a ver com coisas de contrato. Agora, eu acho que são dois nomes de treinadores de nível, mas eu só falo de outro nome depois que eu resolver a situação do Ney. Eu não tive conversa com ninguém. O Mauricio deixou muito bem claro que vai cuidar do futebol sou eu e se alguém fez contato, foi indevidamente. Eu volto a dizer: hoje eu só tenho um nome na minha cabeça, que é o Ney Franco.

BB: Em que pé anda as negociações para renovação de contratos dos que se encerram esse ano?

AS: Eu liguei para alguns jogadores, falei pessoalmente com alguns deles e fiquei de marcar para essa semana de falar com seus respectivos procuradores para poder acertar a renovação de seus contratos. Com relação a contratações, eu estou aguardando a questão do orçamento. Lógico que já estou olhando alguns jogadores, estamos sondando, vendo, mas só depois do orçamento e das renovações que eu vou partir para as contratações.

BB: Vai ser estipulado algum teto salarial?

AS: Não necessariamente. Eu vou ter um orçamento global e eu vou gastar dentro do orçamento e cada jogador irá receber o salário que tiver que receber. Mas dá para montarmos um time sem grandes estrelas, vamos ter que dar tiros certos. Procurar jogadores que queiram mostrar seu valor em um time grande. Eu acredito que mantendo um esqueleto do time atual e com mais alguns novos de boa qualidade, podemos ter um time bem competitivo.

BB: Quem faz parte desse esqueleto?

AS: O esqueleto seria alguns jogadores dentro do atual elenco, só não posso te dizer quem serão, porque eu realmente não sei nada ainda sem o orçamento. Eu só poderei trabalhar em cima disso, para sabe em que posição eu vou ter que contratar.

BB: Quais as chances de alguns jogadores importantes permanecerem?

AS: Todos os jogadores com quem conversei, querem ficar. Eu só tenho muito receio de falar qualquer coisa nesse sentido, porque a minha vontade era permanecer com todos, com algumas exceções, eu acho que é um time de boa qualidade técnica. Só que eu vou ser obrigado a trabalhar dentro do orçamento, principalmente nesse primeiro ano que é um ano de reestruturação, não tem jeito. No campeonato carioca, por exemplo, alguns jogadores do juniores serão voltarão como o Magno, Wellington Junior, Édson Junior, Pará, e o Romário.
BB: Vai ter alguma prioridade?

AS: Só posso dizer o que eu vou ter que olhar com mais carinho quando eu souber com quem eu vou renovar e com quem eu não vou poder renovar. Só poderei responder isso daqui a quase um mês. A previsão é tratar da renovação com o Ney Franco até quarta-feira e depois com os jogadores. Eu quero fechar o treinador até o fim da semana. E dos jogadores que tem o contrato vencendo você tem o André Luis, Lucio Flavio, Renato Silva, Alessandro, que são jogadores muito importantes.
No caso do Lucio Flávio, ele tem um diferencial que é um porta-voz do grupo, mas eu tenho que separar primeiro o amigo do profissional. Eu já disse que estou de mãos atadas, devido ao orçamento e se ele tiver proposta melhor, não ficarei chateado.

BB: Você será um vice de futebol que cuidará de tudo sozinho ou você vai dividir responsabilidades na hora de montar um time?AS:

Eu vou dividir essa responsabilidade com o técnico que é a pessoa mais capacitada para isso. Eu até disse ao Ney que vou querer resolver o time com ele, se ele permanecer mesmo, e espero que sim. Porque do mesmo jeito que irão cobrar de mim, eu vou cobrar do treinador, dentro de campo ele é o responsável.

BB: E como ficará a parceria com grupos investidores, como a Ability?

AS: O que eu posso falar é que do lado de fora a gente vê de um jeito e quando estamos no lado de dentro passamos a ver de outro. A Ability tem sido parceira do Botafogo de verdade, eu já tive reunião com o pessoal da Ability, da Traffic, da MDF, estamos nos reunindo com todos os investidores e chegamos a uma conclusão: não vai haver exclusividade com ninguém e o negocio vai ter que ser bom para o Botafogo e para os investidores.

por: Pamella Lima