Alvinegro adota postura mais ofensiva, domina o adversário e conquista a terceira vitória em três partidas no segundo turno do Carioca
A cobrança, externa e interna, era por um futebol que fosse ao mesmo tempo eficiente e visualmente agradável. E pelo menos por uma partida, o Botafogo cumpriu esse objetivo, vencendo o Americano por 4 a 0, neste sábado, no Engenhão, pela terceira rodada da Taça Rio. Graças a gols de Herrera (dois), Loco Abreu e João Filipe, o Alvinegro manteve 100% de aproveitamento no segundo turno do Campeonato Carioca e a liderança do Grupo B.
A atuação e o resultado podem representar uma injeção de ânimo para o Alvinegro, que chegou aos nove pontos em três partidas e no próximo domingo enfrenta o Vasco, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão. Já o Americano recebe o Madureira em Campos, no mesmo dia, às 16h.
O que se viu no primeiro tempo foi uma atuação inédita do Botafogo. Ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas partidas, a equipe teve uma postura mais voltada para o ataque, com os jogadores mais soltos e realizando uma marcação no campo de ataque. Como resultado, o Alvinegro teve o completo domínio e envolveu o Americano.
Dessa forma, as chances de ataque foram bem mais freqüentes. Mas as conclusões ainda deixavam a desejar. Somália protagonizou uma incrível falha de finalização aos sete minutos. O volante, que voltou a ganhar uma chance entre os titulares, mas foi vaiado quando teve o nome anunciado pelo sistema de som do estádio, recebeu um belo passe de Everton dentro da área e, cara a cara, chutou em cima do goleiro.
Herrera e Loco Abreu comemoram o segundo gol
(Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
(Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Mas não houve tempo para muitas reclamações dos torcedores. Aos 14 minutos, o Botafogo, merecidamente, abriu o placar, embora não da maneira ideal. Após cruzamento da direita, Loco Abreu subiu para cabecear, e o árbitro Leonardo Garcia Cavaleiro assinalou um empurrão inexistente de Ayrton sobre o uruguaio. Apesar de ser o cobrador oficial de pênaltis do time, o camisa 13 deixou a missão para Herrera, que no clássico diante do Fluminense abriu mão da sua vez para que o companheiro arriscasse a segunda paradinha. Herrera chutou e fez 1 a 0.
Então, por alguns minutos, o Botafogo voltou a ser aquela equipe dispersiva que preocupa o técnico Joel Santana. Mais uma vez, relaxou depois de abrir vantagem, mas não a ponto de sofrer uma forte pressão. Depois de alguns sustos, a equipe se recompôs e, sem forçar muito, aproveitou os muitos espaços cedidos pelo Americano para marcar o segundo gol. Somália se redimiu do erro inicial, executando um belo lançamento para Loco Abreu, que avançou desde quase o meio-campo e chutou forte para fazer 2 a 0 aos 27 minutos.
Se já estava fácil, a tarefa do Botafogo tornou-se ainda mais simples depois que, aos cinco minutos do segundo tempo, João Filipe ampliou a vantagem para 3 a 0. O zagueiro apareceu na área e completou um cruzamento de Everton pela esquerda, marcando seu primeiro gol em dez partidas pelo Alvinegro.
Com Herrera, João Felipe (esquerda) comemora o terceiro gol do Bota (Foto: Alexandre Cassiano / O Globo)
E assim como no primeiro tempo, o Bota começou a dar espaços ao adversário, mostrando clara acomodação com a boa vantagem construída. Joel Santana não quis esperar muito para ver se o Americano finalmente aproveitaria as oportunidades criadas e começou a mexer na equipe. Logo depois de Caio entrar no lugar de Somália, o Alvinegro marcou seu quarto gol. Com um passe rasteiro, Lucas encontrou Herrera na área. O argentino pegou de primeira e ampliou, aos 24 minutos.
O Botafogo não deixou cair o ritmo e seguiu com o completo domínio da partida. E apesar de não ter criado chances consistentes até o fim, deixou o campo agradando aos pouco mais de 4 mil torcedores que foram ao Engenhão. Fato pouco comum ultimamente.
Jefferson, Lucas (Alessandro), João Filipe, Márcio Rosário e Márcio Azevedo (Guilherme); Rodrigo Mancha, Arévalo, Somália (Caio) e Everton; Herrera e Loco Abreu. | Jefferson, Ayrton (Felipe), Élson, Gustavo Breda e Carlos Alberto; Índio (Renan), Marciel, Flavio Medina, Gustavinho e Éberson; Diego (Léo Santos). |
Técnico: Joel Santana. | Técnico: Toninho Andrade. |
Gols: Herrera, aos 14 minutos do primeiro tempo; Loco Abreu, aos 27; João Felipe, aos cinco do segundo tempo; Herrera, aos 25. | |
Cartões amarelos: Somália (BOTA), Ayrton e Carlos Alberto (AME). | |
Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ). Data: 12/03/2011. Árbitro: Leonardo Garcia Cavaleiro. Auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas e Silbert Faria Sisquim. Público: 2.946 pagantes (4.004 presentes). Renda: R$ 70.870,00. |