Bernardo Pombo
RIO - Presente no Footecon, Fórum Internacional de Futebol realizado no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, mostrou todo o seu alívio dois dias depois do clube conseguir a vitória sobre o Palmeiras que o garantiu na Série A do ano que vem. Após uma dura e desgastante temporada, o dirigente começa a pensar em 2010 com planos bem mais ousados. Em entrevista ao GLOBO, o presidente disse que a intenção é "chacoalhar a torcida com contratações de impacto", deixando um pouco de lado a política de controle do orçamento que pautou o clube em 2009. Ainda segundo Maurício Assumpção, a chance do técnico Estevam Soares permanecer no comando é grande.
O GLOBO: Qual é o balanço do futebol do Botafogo em 2009?
Maurício Assumpção: Assumimos um clube com muitos problemas. E demos sorte no início do ano montando um time competente com o Ney (Franco) no comando. Conseguimos chegar à final do Campeonato Carioca, o que não era esperado. Mas, para o Brasileiro, realmente, o planejamento não foi o ideal. Pecamos na montagem do elenco. Demoramos, por exemplo, para trazer o Jefferson (goleiro). Mas não foi só isso que contribuiu para a ameça de rebaixamento. As arbitragens nos nossos jogos foram muito ruins, fomos muito prejudicados. Isso precisa ser discutido.
Quais são os planos para 2010?
Teremos receitas novas, principalmente através do Stadium Rio (a diretoria do Botafogo não cita "Engenhão" por uma questão de marketing). Isso dá esperança de uma grande temporada. Hoje o Botafogo tem credibilidade no mercado do futebol, o que será um ponto a favor em todas as negociações.
A filosofia de "pés no chão", controlando o orçamento, representou um risco para o Botafogo este ano?
Com certeza. Com um investimento menor no futebol, fica mais difícil conseguir os resultados. Esse foi o ônus. Se a gente tivesse sido rebaixado, seria um inferno. Nos acusariam de tudo. Mas esse controle do orçamento foi fundamental para que a gente conseguisse respirar. Agora, em 2010, podemos começar a pensar melhor no desenvolvimento de todos os setores envolvidos no futebol.
Qual é a palavra de ordem do planejamento para 2010 no Botafogo?
Ousadia. Precisamos chacoalhar a torcida com contratações de impacto. É hora de ousar. Já estamos conversando com alguns jogadores e nossa intenção é montar um belo time.
O técnico para a próxima temporada é o Estevam Soares?
A intenção do Estevam é ficar e o nosso desejo é o mesmo. Só depende do acerto financeiro. Vamos nos reunir nos próximos dias. A chance de ele ficar é grande.
Como pode ser avaliada a perda do Jobson?
Há algumas semanas me reuni com ele e expliquei que no Botafogo ele poderia ser feliz, teria todas as condições para brilhar. Conseguiu em alguns jogos, mas infelizmente não ficou. Que seja feliz.
Quais são os projetos para o Stadium Rio (Engenhão) em 2010?
Vamos organizar os jogos como grandes eventos. Teremos muitas opções de alimentação, o que não há hoje, além de grande telões e outras atrações antes de a bola rolar. Nossa meta também é a de que o estádio receba alguns jogos da Copa das Confederações em 2013.
