Prefeitura decreta início imediato das obras na cobertura do Engenhão
Reforma ficará a cargo dos consórcios responsáveis pela construção do estádio, que está fechado desde o dia 26 de março
Engenhão deverá ficar fechado por mais 18 meses
(Foto: EFE)
(Foto: EFE)
A Prefeitura do Rio de Janeiro decretou, nesta segunda-feira, através
de publicação no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, que o
consócio formado pelas empresas Racional, Delta e Recoma e o consórcio
Engenhão, formado por OAS e Odebrecht, iniciem imediatamente as obras de
reforço estrutural na cobertura do Engenhão. O primeiro consórcio seria
o responsável pelo setor Oeste do estádio, enquanto os setores Leste,
Norte e Sul ficariam a cargo do segundo.
Na última sexta-feira, em entrevista coletiva de emergência convocada pela Prefeitura,
membros da comissão especial contratada para analisar as condições do
estádio disseram que a cobertura precisará passar por um reforço
estrutural imediato, que levará em torno de 18 meses para ser concluído.
Segundo o engenheiro Sebastião Andrade, o secretário municipal de
obras, Alexandre Pinto, e o presidente da RioUrbe, Armando Queiroga, o
estádio não oferece condições mínimas de segurança ao público.
Na ocasião, a comissão especial disse que não havia uma previsão para
os custos da obra, mas garantiu que eles não seriam de responsabilidade
da prefeitura.
Prefeitura decreta o início da reforma no Diário Oficial (Foto: Reprodução)
O Engenhão, construído para a realização do Pan-Americano de 2007 e
alugado ao Botafogo, está fechado desde o dia 26 de março após o poder
municipal receber um laudo da empresa alemã SBP, que constatou problemas
na cobertura do estádio. A interdição foi cercada por polêmicas e
desinformação. Em resposta ao laudo alemão, uma empresa da Inglaterra
(RWDI) analisou os dois estudos - da Alemanha e o original da empresa
canadense, que fez os cálculos estruturais - e referendou o estudo do
Canadá, que apontava até três vezes menos riscos na estrutura que os
alemães.
O grande ponto de divergência entre os dois cálculos diz respeito à
segurança da estrutura em caso de ventos muito fortes no Rio de Janeiro.
Segundo a RWDI, haveria riscos - mas não de colapso - apenas em casos
de ventos acima de 115 km/h. O parecer da SBP, no entanto, aponta que já
há perigo se os ventos atingirem 63 km/h.
Confira as publicações no Diário Oficial:
“06/500.132/2003 - CONSÓRCIO RACIONAL DELTA RECOMA. Em vista do
relatório final da Comissão Especial designada para analisar os laudos e
estudos técnicos existentes sobre o Estádio Olímpico João Havelange,
através do Decreto nº 37.152, de 14 de maio de 2013, e ainda em vista
da responsabilidade legal desse Consórcio pela estrutura referente ao
Setor Oeste do Estádio, fica o Contratado NOTIFICADO para dar início
imediato à execução das obras de reforço estrutural dos arcos e
cobertura do Estádio, de forma que o mesmo possa ser utilizado com os
níveis mínimos de segurança exigida pela legislação vigente”.
”06/503.494/2006 - CONSÓRCIO ENGENHÃO. Em vista do relatório final
da Comissão Especial designada para analisar os laudos e estudos
técnicos existentes sobre o Estádio Olímpico João Havelange, através do
Decreto nº 37.152, de 14 de maio de 2013, e ainda em vista da
responsabilidade legal desse Consórcio pela estrutura referente aos
Setores Norte, Sul e Leste do Estádio, fica o Contratado NOTIFICADO para
dar início imediato à execução das obras de reforço estrutural dos
arcos e cobertura do Estádio, de forma que o mesmo possa ser utilizado
com os níveis mínimos de segurança exigida pela legislação vigente”.