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Cariocas têm três das quatro piores médias de público do Brasileiro

Fluminense, Botafogo e Vasco têm no Z-4 desse ranking a companhia da Portuguesa, que tomou a lanterna dos tricolores após jogo de quarta-feira

 

Por GLOBOESPORTE.COM* Rio de Janeiro
 

A perda do Engenhão e a ausência do Maracanã não vêm fazendo bem aos clubes cariocas no que diz respeito ao apoio da torcida nos estádios. Fluminense, Botafogo e Vasco acompanham a Portuguesa no Z-4 do ranking de médias de público do Brasileirão após a quinta rodada - e a pausa para a Copa das Confederações. Os cinco piores públicos da competição envolvem algum carioca, sendo apenas um deles como visitante - Portuguesa 2 x 1 Fluminense, que teve o menor número (1.182 pagantes).
Curiosamente, foi o jogo de quarta-feira que tirou da lanterna da lista o Fluminense, campeão nacional em 2012 e quarto colocado na edição atual. A sua média de 1.867 pagantes - em três jogos como mandante, todos no Moacyrzão - supera apenas a da Lusa, que tem 1.709. O Botafogo é o 18º colocado (1.936), e o Vasco, o 17º (4.151). O Flamengo está fora do Z-4, mas nem tão acima: em 13º lugar (6.983).

Clique aqui e confira infográfico com o ranking das médias de público

infográfico ranking com as médias de público (Foto: Infoesporte)

Depois da vitória sobre o Goiás, no domingo, o lateral tricolor Carlinhos fez uma referência à arquibancada vazia enquanto destacava o desempenho do time:

- Temos feito a nossa parte mesmo com problemas. Os poucos que foram ao Moacyrzão na partida contra o Goiás viram que o Fluminense está mais uma vez na briga.

O Botafogo, campeão carioca e terceiro colocado no Brasileiro, tem passado por situação semelhante à do Fluminense. Ficou sem sua casa depois que o Engenhão foi interditado por apresentar problemas na cobertura e vem mandando os jogos no Raulino de Oliveira, o que fez com que a média de suas duas partidas como mandante ficasse em 1.936 pagantes. Para o zagueiro Bolivar, o fato de não poder atuar no estádio ao qual os jogadores e a torcida estão acostumados é o principal motivo para o baixo número:

Os times cariocas têm atuado em Raulino de Oliveira e Moacyrzão, estádios com capacidade inferior à do Engenhão, mas também vão mal em taxa de ocupação
 
- A gente ouve falar de torcedores que o deslocamento até Volta Redonda é muito complicado. Jogos às 22h são praticamente inviáveis para a maioria. Com certeza, até pelo bom momento do time, temos tido poucos torcedores no estádio por não termos nossa casa, o Engenhão - disse o defensor.

O caso do Vasco é um pouco diferente. Dono de seu próprio estádio, o clube cedeu São Januário para receber seleções durante a Copa das Confederações. Se na primeira rodada, jogando na sua casa, o Cruz-Maltino teve 8.229 pagantes, na quarta, atuando em Volta Redonda, foram 2.623.

A capacidade reduzida de Raulino de Oliveira e Moacyrzão não é a única justificativa para as médias baixas. Afinal, no ranking de taxas de ocupação de estádios, a colocação dos cariocas também é ruim. O Botafogo é o penúltimo colocado, o Fluminense está em 17º lugar, e o Vasco, em 16º. O Flamengo é o décimo colocado. A lanterna, mais uma vez, está com a Portuguesa. O Campeonato Carioca teve média de 2.396 pagantes (Botafogo com 6.975, Vasco com 6.289, Flamengo com 6.133, e Fluminense com 4.631).

Top 5 públicos (Foto: Globoesporte.com)
 
Flamengo joga em outros estados e aumenta média

O Flamengo achou outra forma de enfrentar a falta de estádio no Rio. Realizou seus dois jogos como mandante no Municipal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, e no Orlando Scarpelli, em Santa Catarina. Conseguiu média superior à dos rivais, mas não fugiu de aspectos negativos. O goleiro Felipe já declarou que a falta de uma casa e o acúmulo de viagens são pontos que pesam contra a decisão. E o time saiu derrotado nas duas partidas.

O botafoguense Bolívar não veria problema em seguir o rumo do Flamengo e mandar jogos fora do Rio de Janeiro. O maior problema seria a ausência da torcida da capital, que, de acordo com ele, faz falta:

Rafael Marques botafogo gol santos Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (Foto: Fernando Soutello / Agência Estado) 
Campeão carioca, Bota jogou para 1.186 pagantes
contra Santos (Foto: Fernando Soutello/Ag. Estado)
 
- É uma ideia, mas quem define isso é a diretoria. Em Aracaju (SE), por exemplo, o carinho que encontramos do torcedor botafoguense foi muito bacana. Em Brasília também. Para nós (atletas), não seria problema. O único complicador é privar o torcedor carioca, que faz falta, de poder nos assistir jogar. Nossa expectativa é que, após a Copa das Confederações, tenhamos alguma definição sobre onde jogaremos durante o restante da temporada. Quem sabe não ocorre a liberação do Maracanã. Sem dúvidas seria o melhor para nós.

Agora, resta aos clubes esperar o fim da Copa das Confederações, no dia 30 de junho, para terem novidades. Se o Vasco retornará para São Januário, Botafogo, Fluminense e Flamengo ainda não sabem onde vão jogar. A principal expectativa dos três é que o Maracanã reabra, já que o Engenhão não deverá ser liberado tão cedo - o prazo para entrega do estádio é de 18 meses.

O Corinthians, que teve a maior média de público nos últimos três campeonatos, largou bem em busca do tetra. Tem média de 28.176 e está presente - como mandante ou visitante - em quatros dos cinco maiores públicos da competição. Curiosamente, um carioca é responsável pelo segundo colocado na lista. O Santos tem 24.669 torcedores por partida, muito em função da primeira rodada do Brasileiro, em que enfrentou o Flamengo como mandante no Mané Garrincha para 63.501 pagantes, maioria de rubro-negros. A média do Brasileirão é de 10.813 pagantes

* Texto de Diogo Santarém, estagiário, sob supervisão de Bernardo Ferreira.