Engenhão: consórcios analisam e não há prazo para início das obras
Imediatismo fica apenas na notificação da Prefeitura do Rio, e Racional Delta Recoma pede para receber os laudos da comissão especial
Engenhão: prazo para reabertura é de 18 meses a
partir do início das obras (Foto: Fred Huber)
partir do início das obras (Foto: Fred Huber)
A Prefeitura do Rio notificou na segunda-feira, via Diário Oficial, os
consórcios Racional Delta Recoma e Engenhão para que dessem início às
obras de reforço estrutural dos arcos e cobertura do estádio,
interditado desde o dia 26 de março. Embora a palavra "imediato" esteja escrita no comunicado, ainda não há um prazo para que a intervenção aconteça.
Em comunicado oficial, a Secretaria Municipal de Obras informou que
aguarda a resposta dos consórcios sobre as notificações. No entanto, não
estipula um prazo, e a expectativa é de que a situação se prolongue.
Inicialmente, a previsão é de que o Engenhão fique 18 meses fechado para
a correção dos problemas.
"A publicação no Diário Oficial formaliza e dá ciência às partes sobre a
conclusão do relatório final da Comissão Especial, designada para
analisar os laudos e estudos técnicos existentes sobre o Estádio
Olímpico João Havelange, através do Decreto n 37.152/13. A partir da
ciência formal sobre a quem cabe a responsabilidade legal, devemos
aguardar a resposta dos consórcios devidamente notificados", diz o
comunicado da Secretaria de Obras.
O processo começou no dia 15 de maio, quando uma comissão especial
formada por três engenheiros foi instaurada pelo prefeito Eduardo Paes
para analisar os laudos que tratavam dos problemas do Engenhão. Depois
de 23 dias, eles anunciaram que o estádio deveria ficar 18 meses fechado
e que havia, sim, o risco de desabamento da cobertura.
O consórcio formado por Racional, Delta e Recoma disse, em comunicado,
não ter recebido os laudos feitos pela comissão especial. Com isso, só
vai se pronunciar oficialmente sobre o ocorrido depois de ter os
documentos em mãos para analisar e tomar uma posição sobre a sua
reponsabilidade na restauração da cobertura.
- O Consórcio Racional Delta Recoma, responsável pela primeira fase das
obras do Estádio Olímpico João Havelange, confirma o recebimento da
notificação da Prefeitura do Rio, mas esta não veio acompanhada do laudo
da Comissão Especial designada pela Secretaria Municipal de Obras, que
analisou os laudos e estudos técnicos relativos à citada construção. O
consórcio aguarda cópia deste laudo para assim fazer uma análise
minuciosa e tirar suas conclusões sobre as ocorrências apontadas na obra
do Engenhão. Apenas após este fato o Consórcio Racional Delta Recoma
irá se pronunciar sobre o caso - informou o comunicado.
Da mesma forma, o Consórcio Engenhão confirmou o recebimento da
notificação, mas não deu uma posição sobre o caso. No entanto, fez
questão de frisar que a comissão apontou erro de cálculo no projeto
executivo como motivo da interdição.
- O Consórcio Engenhão informa que recebeu e está analisando a
notificação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro para adotar as
ações necessárias. Não obstante, a Comissão Especial de Avaliação do
Engenhão apontou que a causa que motivou a interdição do estádio
decorreu de erro de cálculo do projeto executivo, não cabendo ao
Consórcio a responsabilidade técnica. O Consórcio Engenhão ressalta que
está acompanhando o caso com a mesma responsabilidade e comprometimento
com que vem atuando desde 2007, após a entrega da obra - comunicou.
O Botafogo segue em silêncio sobre o assunto, e não há previsão de uma
manifestação oficial. O clube cogita entrar com uma ação na Justiça para
reparar os danos sofridos com a interdição do estádio e negocia para
utilizar o Maracanã na sequência do Campeonato Brasileiro depois da Copa
das Confederações.
No momento, o Engenhão vem sendo utilizado pela seleção da Itália, que
disputará a Copa das Confederações e faz sua estreia na competição
contra o México, domingo, no Maracanã. O Botafogo está de folga até
terça-feira, quando os jogadores se reapresentam no estádio, apesar da
interdição.