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Interditado no dia 26 de março, o Engenhão só deve estar disponível para jogos em 2015

Interditado no dia 26 de março, o Engenhão só deve estar disponível para jogos em 2015

Bota se prepara para prejuízo de R$ 50 mi e orçamento enxuto para 2014

Rodrigo Paradella
Do UOL, no Rio de Janeiro


O prazo de mais 18 meses para a realização das reformas necessárias para a reabertura do Engenhão foi recebido negativamente pelo Botafogo. Além de maior do que o esperado, o fechamento do estádio até 2015 abala substancialmente o planejamento financeiro do clube, que terá que se adequar a uma nova realidade diante de um prejuízo estimado em até R$ 50 milhões.

O golpe é duro. A 12 dias de completar dois meses de salários atrasados, o clube culpa justamente a interdição do estádio pela incapacidade de arcar com os compromissos estabelecidos com seu elenco. O Botafogo já pretendia recuperar parte do prejuízo com venda de jogadores, mas o prazo dado pela Prefeitura do Rio de Janeiro deve radicalizar os ajustes no orçamento Alvinegro.

Engenhão

Torcedores do Botafogo protestam contra o fechamento do Engenhão até 2015 
 
Bernardo Gentile/ UOL
 
Isso porque a equipe de General Severiano estima em até R$ 2,5 milhões o valor que deixa de ganhar por mês com o Engenhão. O montante é significativo e causará grandes cortes de gastos caso o clube não seja indenizado pela prefeitura, como deseja. Nem mesmo a venda dos 40% dos direitos econômicos que detém do zagueiro Dória no patamar sonhado pelo Alvinegro - o que renderia cerca de R$ 10 milhões - se aproximaria desse número.

A diretoria precisará, portanto, se desfazer de outros jogadores. O problema é que poucos atletas teriam o mesmo valor de mercado de Dória, capitão da seleção brasileira sub-20. Do atual elenco, Gabriel, Vitinho e Lodeiro são os de maior potencial para transações.

A folha salarial deve continuar sendo um grave problema até 2015. Sem condições de arcar as despesas atuais, o Alvinegro terá que enxugar o seu elenco, hoje com alguns jogadores caros como Renato, Andrezinho e o próprio Seedorf. O primeiro pode ser o primeiro a deixar o clube, já que não vem atuando e recebe menos apenas que o meia holandês.

Dois meses sem Engenhão

Prefeitura do Rio recebeu laudo da empresa alemã SBP que aconselhou a interdição imediata do Engenhão por causa de problemas na cobertura. Clube administrador do estádio, o Botafogo só soube da notícia no mesmo dia em que a arena fechou as portas. Leia mais Crédito: EFE/Marcelo Sayão
 
“É algo lamentável [a interdição do Engenhão]. Um estádio com pouco mais de cinco anos de inauguração ter que passar por uma interdição tão longa. Não há como negar que interfere muito no nosso trabalho, mas teremos que nos adaptar”, disse o técnico Oswaldo de Oliveira.

Se o Alvinegro estima em até R$ 50 milhões o volume de recursos que deixará de receber por conta da interdição, o número pode aumentar se englobado os novos custos que o clube terá por não contar com uma casa, como o pagamento de aluguéis de outros estádios e hospedagem em centros de treinamento fora da cidade, como o de Pinheiral, usado por ser próximo a Volta Redonda.

Embora não envolva cifras diretamente, o prejuízo técnico também preocupa o Botafogo. O clube passará praticamente dois anos - pelo menos 21 meses - sem seu estádio e ainda não tem em vista uma nova casa na cidade do Rio de Janeiro. Envolvido em briga política com o Vasco, o clube praticamente descarta São Januário, enquanto o recém-inaugurado Maracanã segue com incógnita.