Bota treina nesta terça-feira ainda sem saber se contará com Seedorf
Holandês será julgado à tarde, enquanto trabalho será realizado de manhã, no campo anexo do Engenhão. Jogador pode ser suspenso por até 12 jogos
O Botafogo vai treinar na manhã desta terça-feira, no campo anexo do Engenhão, sem saber se poderá contar com Seedorf no jogo contra o Friburguense, quarta-feira, em Moça Bonita. O holandês será julgado, às 17h30 (de Brasília), no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), pela expulsão na vitória por 2 a 1 sobre o Madureira (veja o vídeo), quando poderá pegar até 12 jogos de suspensão.
Seedorf será julgado com base em dois artigos do Código Brasileiro de
Justiça Desportiva (CBJD). O 258 fala sobre assumir qualquer conduta
contrária à ética desportiva, pelo qual pode pegar até seis jogos de
gancho. A procuradoria também o enquadrou no artigo 243-F, parágrafo 1º,
que prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além de pena mínima de quatro
jogos de suspensão, podendo chegar a seis.
O responsável pela defesa de Seedorf deve ser o gerente executivo
Aníbal Rouxinol, que anteriormente ocupava o cargo de diretor jurídico
do departamento de futebol. O clube vai alegar que não era ele o jogador
a ser substituído e sim Cidinho, que já havia saído para a entrada de
André Bahia.
A expulsão de Seedorf já nos acréscimos do duelo contra o Madureira
aconteceu depois que o meia teria dito que o árbitro Philip Georg
Bennett estava "de palhaçada". Ele relatou na súmula o lance, dizendo
que o primeiro cartão amarelo foi dado após o holandês se recusar a
deixar o campo pelo lado oposto ao banco de reservas, e que a segunda
advertência veio depois de uma reclamação do meia.
- Você está de palhaçada. Vou sair por lá. Saio por onde eu quiser - teria dito Seedorf.
- Você está de palhaçada. Vou sair por lá. Saio por onde eu quiser - teria dito Seedorf.
Depois, o holandês se manifestou sobre o caso e garantiu não ter
ofendido o árbitro. A agente Deborah Martin também comentou o caso e
disse que Seedorf estava triste e surpreso com o que estava escrito na
súmula. O jogador questionou a decisão do árbitro.
Veja a explicação do árbitro sobre a expulsão de Seedorf (Foto: Reprodução/FERJ)
- Estou assustado com a repercussão. Uma decepção pela pouca
sensibilidade. Em toda minha carreira, mais de 900 jogos, dificilmente
fui punido por falar mal com o árbitro. Significa que sei falar com o
juiz com respeito. Sei o papel deles no jogo. Eu em nenhum momento fiz
pressão.
Durante os 90 minutos fui correto. Viram minha ação como um
crime. Sei que não estou acima da lei, e sempre a respeitei. Mas sou
diferente sim, tenho um currículo. Tenho respeito pelo juiz, e ele não
teve consideração pela minha carreira. Tenho minha história, e ela vale.
Já fui substituído várias vezes, em todas saí pelo "portão grande". Faz
parte do entretenimento. Eu era o jogador que tinha decidido o jogo. Os
torcedores também queriam o contato - afirmou Seedorf, poucos dias
depois da divulgação da súmula.
Como testemunhas para o processo, foram chamados o árbitro Philip Georg
Bennett e o jogador Gabriel, do Madureira, que comemorou com palmas a
expulsão de Seedorf.