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Ferj rechaça mais uma vez intervenção externa na arbitragem do Carioca

Jogo do Fla foi o segundo a levantar suspeita. L!Net já flagrou delegado com rádio...



Igor Siqueira - Rio de Janeiro (RJ)
 
HOME Flamengo x Duque de Caxias (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)


O futebol, com atraso em relação a outras modalidades, está entrando aos poucos na era tecnológica. No Carioca-2013, ainda que os dirigentes neguem, a desconfiança com relação ao uso de agentes externos só aumenta. Neste ano já houve dois casos (com acertos, é bom ressaltar).

O mais recente deles foi no último sábado, na confusa anulação do que seria o primeiro gol do Flamengo contra o Duque de Caxias – que inclusive causou o afastamento de quatro árbitros (o outro foi na anulação do pênalti em Madureira x Botafogo). Além disso, o L! já havia flagrado o delegado de Vasco x Volta Redonda, pela primeira rodada da Taça Rio, na lateral do campo com um comunicador. Seria contato com a arbitragem?

– Não existe possibilidade de interferência externa. Os seis rádios têm frequência exclusiva, utilizamos os mesmos equipamentos da CBF. Sempre que há uma dúvida, o sexteto entra em conferência. No caso, eles levaram cerca de 40 segundos – rebate o presidente da Comissão de Arbitragem do Rio, Jorge Rabello.

A Fifa já começou a aderir à tecnologia para saber se a bola passou a linha do gol, inclusive vai utilizá-la na Copa das Confederações. No entanto, pitacos de agentes externos e uso da TV ainda são proibidos.

No jogo do Fla, o árbitro Pathrice Maia não viu que o atacante Hernane estava impedido. O auxiliar Paulo Vitor Carneiro? Correu em direção ao meio-campo, procedimento padrão de confirmação do gol. Mas o assistente adicional que estava atrás do gol, Lenílton Rodrigues, entrou em ação. Teria ele condições de ver o impedimento?

– Não tem. O auxiliar, no caso, relatou que na sua visão o jogador parecia estar adiantado. Quem efetivamente determinou que o atleta estava em posição de impedimento foi o bandeirinha, que não percebeu o toque de cabeça do jogador do Flamengo. Por isso, não levantou e correu para o meio – completou Rabello.

Apesar de justificar a postura dos árbitros, a Ferj não os poupou da reciclagem. Além de Pathrice Maia – que na súmula nem citou o lance –, os assistentes Paulo Carneiro, Tarsio Lago, além do quarto árbitro Christiano Gayo, foram punidos.


BATE BOLA

Jorge Rabello - presidente da Comissão de Arbitragem do Rio

Acha que a tecnologia deve entrar no futebol? Pretende usar a tecnologia da linha do gol, por exemplo, nos próximos Cariocas?
- A tecnologia será bem recebida! A tecnologia do chip na bola deve ser estudada, mas vale lembrar que o chip determina apenas a entrada, ou não, da bola no gol.

O técnico de arbitragem tem poder para falar durante o jogo - entre os lances - com os árbitros?
- O nosso técnico de arbitragem, realiza as mesmas intervenções que realizam os delegados da Conmebol e da CBF, ou seja, nos intervalos dos jogos passa informações estatísticas sobre a partida e corrige se necessário o posicionamento dos árbitros e árbitros assistentes no campo de jogo.

Com a palavra
 José Roberto Wright - Ex-árbitro

Isso é ilegal e seria um absurdo no Carioca
Desde o primeiro momento que a ideia de usar árbitros atrás do gol foi dada em reuniões da Comissão de Futebol da Fifa, da qual fazia parte. Eu fui contra. Um árbitro atrás do gol não tem noção de profundidade nem se o jogador que corre atrás do atacante comete uma falta ou não, dependendo da sutileza. Nas decisões no Carioca percebe-se que eles não viram os lances e receberam informações de terceiros. Isso é ilegal e um absurdo.