Mais que um craque: até rivais se rendem à influência de Messi
Em campo apenas no terço final do empate com o PSG, argentino é exaltado por armar lance decisivo do gol de empate do Barcelona
Não fez o gol, tampouco deu a assistência, mas Messi foi de novo o protagonista de outro triunfo do Barcelona.
Relegado ao banco de reservas durante dois terços da partida por causa
da lesão no bíceps femoral, o melhor do mundo precisou de apenas dez
minutos no gramado do Camp Nou para armar a jogada do empate por 1 a 1 com o Paris Saint-Germain,
na quarta-feira. A sua entrada empolgou a torcida e transformou o
irreconhecível Barça da primeira hora de partida num time mais
inspirado, o que garantiu a classificação catalã para as semifinais da
Liga dos Campeões pela sexta vez consecutiva. A influência foi tamanha
que até os próprios adversários reconheceram a diferença que o argentino
fez no resultado.
- O Messi quando entra revoluciona. A torcida muda, os jogadores deles
mudam, e ele chama essa responsabilidade, mesmo não estando a 100% hoje.
É sempre um jogador que procura criar ocasiões e tem uma qualidade
única - afirmou o lateral-esquerdo brasileiro Maxwell, do PSG,
ex-companheiro de Messi no Barça, entre 2009 e 2012.
Poupado, Messi entrou logo após o gol do PSG e levou o Barça ao empate (Foto: AP)
Mais um que acabou sofrendo com quem já trocou passes foi o brasileiro
naturalizado italiano Thiago Motta. O volante do PSG, jogador do Barça
entre 2001 e 2007, tentou explicar o peso que o craque argentino teve
para a classificação da equipe catalã. O que dizer do drible em dois
marcadores e o passe milimétrico para Villa pelo meio da área, furando a
defesa francesa na jogada que deu origem ao gol de empate?
- Com a mudança de ritmo de jogo e de condução de bola que ele tem, não
é nada fácil controlá-lo. Hoje, mais uma vez, ele foi decisivo - disse
Thiago Motta.
Até Nasser al-Khelaifi, dono do PSG, teve que se conformar e mostrar
sua frustração por, mesmo com milhões de euros à disposição para gastar
com reforços, não poder ter o craque no seu time, tal a simbiose que o
argentino tem com o Barcelona e sua torcida.
- Mesmo que quisesse, sei que é quase impossível ter o Messi no PSG.
Sinceramente, não acredito que exista qualquer possibilidade real de
comprar este jogador. Ele é o melhor do mundo, com ele tudo mudou -
afirmou Nasser.
Messidependência?
Outro que entrou no Barcelona durante o segundo tempo, mas que não fez
tanta diferença assim, o volante camaronês Song rebateu quem voltou a
citar a expressão "Messidependência" para definir a influência do craque
argentino no time.
No banco, o melhor jogador do mundo não esconde a angústia antes de entrar em campo (Foto: AFP)
- Não se trata de "Messidependência". Ele é o melhor jogador do mundo,
na melhor equipe do mundo. Sem ele, o Barcelona não é o mesmo. Ele é
determinante para a nossa equipe sempre. Hoje, Messi provou isso uma vez
mais aqui - afirmou o volante.
David Bernabéu, jornalista de uma das mais importantes redes espanholas
de televisão, a Cuatro, que segue o Barcelona há mais de 12 anos,
garante que o que aconteceu no Camp Nou foi inédito na história do
clube.
- Eu acompanho o Barcelona há 30 anos como torcedor e há 12 como
réporter. Neste estádio, vi jogar os melhores da história do futebol:
Maradona, Cruyff, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Messi. Nunca
vi o Camp Nou ter esta reação com a entrada de um jogador. Messi é o
melhor de todos - afirmou.