Caso Seedorf: Bota estuda recorrer da decisão do TJD de advertir o atleta
Departamento jurídico vai se reunir com o holandês para avaliar se vale a pena entrar com um recurso de revisão de pena. Promotoria se diz satisfeita
Seedorf sorri no julgamento (Foto: Fabio Leme)
Perfeccionista, o meia também não digeriu a advertência recebida. Ao final do julgamento, ele pediu para não falar com a imprensa alegando que busca obter mais informações sobre o que havia ocorrido.
- O Seedorf é perfeccionista e eu também. Iremos avaliar se vale a pena ou não recorrer da decisão. Primeiro, vamos conversar com o atleta e ver o que ele acha. É um jogador com uma carreira excepcional e não será uma punição que irá manchá-la – afirmou o gerente executivo e advogado do clube, Aníbal Rouxinol.
O dilema está dividido em uma faca de dois gumes. Se, por um lado, a entrada do recurso pode fazer com que Seedorf seja absolvido e, consequentemente, voltar a ser réu primário e com ficha limpa, por outro, a ação pode despertar na procuradoria do tribunal o mesmo desejo de revisão da sentença, só que nesse caso, o atleta poderia ter sua punição aumentada.
A procuradoria do TJD garantiu à reportagem do GLOBOESPORTE.COM que está satisfeita com a sentença e não vai recorrer da decisão dos auditores.
- Não vamos recorrer, está tudo esclarecido e o caso está encerrado pela procuradoria – declarou a procuradora Caroline Nogueira.
Entenda o caso
Seedorf foi advertido por infringir o artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (assumir conduta contrária à ética desportiva) por causa do cartão vermelho recebido diante do Madureira, no último dia 26 de março. Com isso, o jogador, se for novamente ao tribunal em um período inferior a seis meses, só poderá ser absolvido ou punido.
Curiosidades no Tribunal:
Seedorf no banheiro: o início do julgamento teve um
fato curioso. A pedido da relatora, Seedorf foi convidado a se retirar
da sala, enquanto a procuradoria passava o vídeo com o lance da expulsão
do jogador. Quando havia acabado de deixar o recinto, tanto a
procuradoria quanto a defesa mudaram de ideia e convocaram o meia para
retornar, o que não aconteceu imediatamente, pois ele estava no
banheiro. A situação pitoresca causou risos em todos os presentes,
inclusive em alguns auditores da 2ª Comissão Disciplinar do TJD. O
julgamento foi interrompido e só reiniciado cerca de dois minutos
depois, quando o meia voltou sorridente.
Julgamento de Seedorf superlota a sala de julgamento no TJD-RJ (Foto: Fábio Leme)
Auditores dispostos: o caso Seedorf superlotou a
apertada sala do TJD, no Centro do Rio, em um julgamento que durou
2h15m, algo fora do comum. Após a sentença, a brincadeira que rolava
entre os presentes era a de que nunca haviam visto auditores tão
dispostos a fazer perguntas.
- Como estavam com disposição para perguntar na frente de tantas câmeras – ironizou um deles.
* Colaborou Raphael Bózeo, estagiário