Preocupado com 'elefantes brancos', Rio 2016 terá instalações temporárias
Arena de handebol será transformada em quatro escolas municipais. Prefeitura quer aproveitar interdição do Engenhão para fazer reforma e ampliação juntas
Um parque olímpico funcional, com baixo custo e sem esquecer da
estética. Esses são os requisitos da Prefeitura do Rio de Janeiro para
as Olimpíadas de 2016. Após a divulgação das imagens das futuras instalações
da natação, do handebol, do tênis e do velódromo, a presidente da
Empresa Olímpica Municipal (EMOP), Maria Silvia Bastos Marques, divulgou
mais uma novidade nos equipamentos esportivos temporários: a sua
transformação e aproveitamento de outra maneiras que não sejam apenas
ligadas ao esporte.
Com capacidade para 12 mil pessoas e previsão do início das obras para o
segundo semestre de 2013, a arena de handebol irá se transformar em
quatros escolas municipais após os Jogos. Os locais ainda estão sendo
escolhidos em um trabalho feito ao lado da Secretaria Municipal de
Educação e estarão definidos no edital de construção que será realizado
ainda no primeiro semestre desse ano.
Os projetos das instalações do parque aquático (Foto: Divulgação)
- A nossa prioridade tem sido funcionalidade e custo. Nosso objetivo é
não deixar "elefantes brancos" para a cidade. O custo de um equipamento
não está só na sua construção. Precisamos contar também com os custos da
sua manutenção, que será pelo resto de sua existência. É preciso
calcular tudo isso e, certamente, a sua construção permanente não
fecharia as contas - disse Maria Silvia.
Além da arena de handebol, outra área também deverá ser reaproveitada. O
centro de esportes aquáticos, que ainda está com o projeto em fase
final de conclusão e terá capacidade para 18 mil pessoas, deverá ser
dividido por outras cidades. A presidente da EMOP lembra que o custo das
instalações temporárias será pago pelo Governo Federal e, por isso, não
serão todas reaproveitadas no Rio de Janeiro.
- Precisamos fazer essa nova piscina, pois o Maria Lenk (parque
aquático construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007), por uma série
de motivos, não poderá receber as Olimpíadas. Não é possível ter um
público de 18 mil pessoas no Maria Lenk e não faz sentido ter essa
capacidade, pois só nas Olimpíadas que teremos esse público. O
equipamento está capacitado para qualquer competicão internacional,
exceto Olimpíadas. Esse foi um cuidado que tivemos para definir quais
equipamentos serão temporários e quais serão permanentes. Muitas vezes
causa espanto ao fazer equipamentos temporários. A piscina será
desmontada e poderá se transformar em mais de uma, mas não deverá ficar
no Rio de Janeiro.
Com a forma de um capacete de ciclista, Velódromo teria estrutura futurista (Foto: Divulgação)
O velódromo olímpico terá capacidade para 5 mil pessoas, com
possibilidade de ser ampliado para mais mil. O objetivo é obter uma
certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design),
sistema que visa promover a sustentabilidade de edificações, reduzindo o
impacto no ambiente. A construção terá inicío no segundo semestre de
2013 e a conclusão está prevista para o segundo semestre de 2015.
O centro de tênis será composto por três arenas, sendo uma permanente,
com capacidade para 10 mil pessoas, e duas temporárias - uma para 5 mil e
outra para 3 mil pessoas. Outras 13 quadras serão construídas para
treinos e jogos e sete ficarão no Centro Olímpicos de treinamento após o
Rio 2016. O projeto ainda não está fechado, mas sua construção está
prevista para iniciar no segundo semestre de 2013.
Engenhão foi interditado por problemas na estrutura
da cobertura (Foto: Agência Reuters)
da cobertura (Foto: Agência Reuters)
Prefeitura quer aproveitar interdição do Engenhão para adiantar obras olímpicas
Interditado por problemas estruturais na cobertura, o Engenhão poderá
ser reaberto com uma novidade. A Prefeitura do Rio estuda aproveitar o
período fechado para fazer a sua ampliação temporária, já visando os
Jogos Olímpicos. A capacidade subiria de 45 mil para 60 mil pessoas, mas
com um prazo determinado: até o fim do Rio 2016.
- Estamos estudando isso. Já temos autorização do Prefeitura e estamos
trabalhando junto com a Secretaria de Obras. Vamos tentar casar esses
cronogramas. Como ainda não existe um plano de trabalho para a reforma
da cobertura do Engenhão, a gente ainda não tem prazos. Mas as equipes
da Empresa Olímpica e da Secrataria de Obras já estão trabalhando juntas
para viabilizar essas duas obras.