Bota prepara dossiê de contas do Engenhão para enviar à prefeitura
Presidente se reunirá com prefeito novamente e, apesar da decisão de quinta, diz que clube, por enquanto, manterá os pagamentos aos contratos
O Botafogo vai entregar, provavelmente na terça-feira, para o prefeito
Eduardo Paes um dossiê com todos os gastos relativos à manutenção do
Engenhão. O ato faz parte do processo para o clube deixar de arcar com
os custosdo estádio, interditado desde o dia 26 de março por causa de um
problema na cobertura, que poderia cair com um vento acima de 63km/h.
Depois da afirmação do ex-presidente Carlos Augusto Montenegro na
quinta-feira de que o Botafogo pararia de pagar qualquer conta do
estádio, o presidente Maurício Assumpção esclareceu a situação e confia
em uma decisão rápida da prefeitura sobre o caso. O departamento
jurídico do clube está preparando toda a documentação.
Engenhão tem problemas na estrutura, mas o Bota continuará pagando, por ora (Foto: Agência Reuters)
- O que ele (Montenegro) quis dizer é que o objeto da concessão não
pode ser mais utilizado e por isso o Botafogo não tem que pagar essa
conta. Vou levar um dossiê com todos os contratos das empresas que
trabalham no Engenhão e fazer isso juridicamente com uma ação na
prefeitura. Quem vai pagar, não cabe a mim, o que me cabe é isso. Na
primeira reunião que tive com o prefeito, ele disse que se fosse preciso
entrar com uma ação que o fizesse sem o menor constrangimento, pois não
ficaria chateado comigo. Essa atitude me deixa tranquilo. O que não
posso é parar de pagar amanhã. Isso não passa pela cabeça do Botafogo -
afirmou Maurício.
Com relação a possíveis ressarcimentos no futuro, o Botafogo ainda vai
estudar o caso para entender como pode recuperar o prejuízo. Segundo
Maurício, ainda não houve uma manifestação de cobrança por parte de
patrocinadores, concessionários de camarotes e outras partes
interessadas. Ele, inclusive, relatou o apoio recebido de seu parceiro
master.
- Essa ação para recuperar o prejuízo pode demorar mais. Mas ainda não
aconteceu nada do tipo "ou paga ou entro na Justiça". O Neville (Proa),
da Guaraviton, falou com o marketing dele para não perturbar o Botafogo
no momento, pois o clube estava sem chão e que confiava no clube para
ser ressarcido no futuro se fosse o caso. Isso também acontece com
outros parceiros comerciais, uma relação de qualidade - disse Maurício.
Mesmo depois do baque, o presidente revelou ter recebido notícias
positivas. Segundo ele, já um novo grupo interessado em saber como seria
o processo para ter o naming rights do Engenhão.
- Houve uma sondagem de um grupo que está entrando forte no Brasil com
essa questão de naming rights. Mas ainda teria um problema por
incompatibilidade com um dos nossos patrocinadores do estádio - revelou
Maurício.
Para conversar sobre a situação do Engenhão, o presidente recorreu a um grupo de notáveis na quinta-feira. Entre as pessoas convidadas para a reunião estavam integrantes do grupo que ajudou o clube a recuperar General Severiano, onde hoje é a sede social e o centro de treinamento João Saldanha.
Para conversar sobre a situação do Engenhão, o presidente recorreu a um grupo de notáveis na quinta-feira. Entre as pessoas convidadas para a reunião estavam integrantes do grupo que ajudou o clube a recuperar General Severiano, onde hoje é a sede social e o centro de treinamento João Saldanha.
- Perder a sede foi um momento crítico do clube. Pessoas que
participaram deste movimento de recuperação estavam na reunião. Queria
ouvi-los. A questão aqui é provisória. Depois da catástrofe, o horizonte
que se vislumbra é muito positivo, pelas pessoas que trabalham no clube
e se mostram preocupadas com isso - comentou o presidente.