Para Seedorf ver: Juninho é decisivo e recebe tratamento de ídolo
Vascaíno brilha no clássico, dá assistência e ouve torcida tratá-lo como rei após a partida, enquanto holandês continua em processo de adaptação
Este foi um mês de demonstrações de euforia dos botafoguenses por Seedorf,
um candidato a ídolo em potencial. Multidão para recepcioná-lo no
aeroporto, estádio cheio para a estreia e milhares de novos sócios.
Nessa quarta-feira, no entanto, o holandês presenciou uma idolatria já
consolidada - a da torcida do Vasco por Juninho Pernambucano.
Aos 37 anos, o meia cruz-maltino fez contra o Botafogo o seu quarto
jogo em uma semana e meia. Atuou os 90 minutos e, no 86º, foi decisivo:
brigou por uma bola no chão e deu assistência para Alecsandro fazer o
gol da vitória por 1 a 0. Foi reverenciado após o apito final e ouviu os
gritos de "é o nosso rei" e a música que faz referência a ele.
Juninho e Seedorf fizeram um duelo próximo. Ocuparam quase a mesma
faixa do campo, embora o holandês - escalado mais pela esquerda -
apresentasse uma movimentação ofensiva mais intensa, de um lado a outro
do campo. O vascaíno atuava do centro para o lado direito.
DUELO DE MAESTROS NO ENGENHÃO | ||
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JUNINHO | SEEDORF | |
Minutos em campo | 90 | 75 |
Finalizações | 1 | 2 |
Passes | 28 | 32 |
Índice de acerto | 82% | 88% |
Bolas levantadas | 5 | 3 |
Faltas cometidas | 2 | 0 |
Faltas sofridas | 4 | 3 |
Roubadas de bola | 1 | 1 |
No entanto, ambos comandavam seus times, com a bola nos pés e na base
da conversa, acertando o posicionamento dos companheiros. Com
lançamentos precisos, ditavam o ritmo do jogo na busca pela vitória. O
respeito entre eles era nítido. No fim do primeiro tempo, Seedorf ficou à
espera de Juninho, que interpelou o árbitro Wagner Magalhães antes de
deixar o gramado. Eles trocaram suas camisas, num ato simbólico de
admiração mútua de dois representantes do bom futebol.
- Foi bom o reencontro com o Seedorf - disse Juninho, que o enfrentou
pelo Vasco, na final do Mundial Interclubes de 1998, e pelo Lyon contra o
Barcelona, na Liga dos Campeões. - Os dois estão conseguindo jogar, se
movimentar. Ele está melhor do que na estreia, infelizmente para nós.
No segundo tempo, Seedorf passou a ser uma arma importante do Botafogo
para melhorar a qualidade da saída de bola e na retomada de posse de
bola para os contra-ataques. Juninho se mostrava aguerrido e corria para
ajudar o time a se superar na marcação.
Aos 30 minutos, o técnico Oswaldo de Oliveira substituiu Seedorf, ainda
em fase de adaptação, por Fellype Gabriel. Cristóvão sequer cogitou
tirar Juninho, o que acabou sendo determinante para o resultado final e a
conquista da liderança do Campeonato Brasileiro, pelo menos até o fim
do jogo entre Atlético-MG e Santos, nesta quinta-feira.
- O primeiro jogo era especial, tinha uma carga diferente. Já estou
melhor. Quero crescer a cada jogo - afirmou Seedorf, de 36 anos.
Quando o jogo caminhava para o empate por 0 a 0, Juninho teve
participação decisiva na conquista da vitória. Ao receber lançamento de
William Barbio, ganhou no corpo a jogada de Lucas, mas caiu no chão.
Ainda assim, levou a melhor na dividida com Antônio Carlos ao prender a
bola com os dois pés, mesmo caído, e conseguiu fazer o passe para
Alecsandro fazer o gol. Festa para o Reizinho. Decepção para Seedorf.
Assista ao gol da vitória do Vasco sobre o Botafogo: