Com Seedorf na regência, quarteto tem lampejos e dá ideias a Oswaldo
Nova formação de meio de campo demora a engrenar, mas aproxima os jogadores e evolui no segundo tempo, com o holandês em destaque
A mudança radical promovida por Oswaldo de Oliveira
para a partida contra o Figueirense, neste sábado, demorou a surtir
efeito e talvez não tenha saído como o esperado, já que foi parcialmente
desfeita no intervalo. Mas, diante da necessidade de adaptação, o
treinador do Botafogo gostou do que viu em seu esquema ofensivo e não
descarta utilizá-lo em outra ocasião. Embora lembre que, pelos riscos,
deve analisar as circunstâncias e o adversário com cuidado (confira os melhores momentos da vitória por 1 a 0).
Em resumo, Renato foi recuado para ser o único volante de ofício, Fellype Gabriel - que incorporou a função e vestiu a camisa 5 - e Seedorf pelos lados, indo e voltando, e Andrezinho
mais adiantado e centralizado, a seu estilo, formando um losango. Eles
municiaram Elkeson e Rafael Marques, mais fixo como centroavante. O time
catarinense teve chances, salvas por Jefferson, e achou fragilidades
defensivas, que foram gradativamente ajustadas.
- Depende muito dos jogadores que eu tiver em mãos. Atuamos sem o
"volantão" mesmo, só o Renato que tinha eminentemente a força de
marcação e se sacrificou, fez uma leitura do jogo correta depois de um
começo inseguro. Fellype Gabriel já jogou ali em outras situações. Temos
de adequar o que faremos com os rivais. Quando eu tiver Vitor Júnior e
Fellype Gabriel juntos, em excelentes condições, vou jogar como vínhamos
atuando com o Seedof, que vai ter mais intensidade. Vou procurar outras
função para ele também - analisou Oswaldo, indicando que na próxima
rodada, fora de casa, a formação não deve ter vez.
No primeiro tempo, a equipe carioca voltou a ter dificuldades de
tabelar e ser compacta, abrindo espaços na área do Figueirense. Aos
poucos, porém, os jogadores foram se aproximando e algumas tramas
saíram, divididas entre os pés de Seedorf - que pôs Rafael Marques na
cara do gol, mas ele furou - e Fellype Gabriel - que assistiu Elkeson
mais de uma vez.
Seedorf tenta escapar da marcação dupla do Figueirense (Foto: Wagner Meier / AGIF)
Depois do intervalo, já com Vitor Júnior, de 1,65m, na vaga de Rafael,
de 1,90m, o holandês assumiu o papel de maestro e regeu o Botafogo com
orientações e aplausos efusivos após acertos e até erros.
Coincidência
ou não, seu desempenho melhorou - e muito. Deixou de ser o homem só dos
escanteios para se tornar o jogador com mais posse de bola do Glorioso
na etapa final. O gol de Andrezinho foi festejado como o de um título.
E, aos 40 minutos, saiu do campo para entrada de Rodrigo Dantas, mais
para ser aplaudido por todos no Engenhão.
No geral, Fellype Gabriel foi preciso em duas roubadas de bola (quando o
jogador sai com a posse) e se movimentou por todo o campo de defesa.
Seedorf foi importante nas conclusões a gol, com quatro, números maiores
que os de seus duas primeiras partidas. Já Andrezinho, mais visados,
também arriscou quatro vezes e levou sete faltas dos adversários.
No próximo compromisso, contra o Atlético-GO, sábado, no Serra Dourada,
o Botafogo não terá Vitor Júnior, mas contará com o retorno do zagueiro
de Antônio Carlos. Seedorf já provou que a maratona não é problema para
ele, mas deve ficar fora da viagem para São Paulo, onde o clube estreia
na Copa Sul-Americana, quarta-feira, frente ao Palmeiras.
Números dos meias | Finalizações | Roubadas/ desames | Faltas recebidas | Faltas cometidas | Passes certos | Passes errados |
---|---|---|---|---|---|---|
Renato | 1 | 2 | 1 | 1 | 41 | 0 |
Fellype Gabriel | 0 | 2 | 3 | 0 | 32 | 4 |
Seedorf | 4 | 2 | 2 | 1 | 41 | 8 |
Andrezinho | 4 | 1 | 7 | 1 | 18 | 8 |