Presidente negocia contrato com patrocinador e sonha com contratação de um ídolo (Crédito: Ricardo Cassiano)
Daniel Bortoletto
RIO DE JANEIRO
A noite pós-título carioca foi de comemoração e também muito alívio. Maurício Assumpção, presidente botafoguense, atendeu a reportagem do L!, na manhã desta segunda-feira, ainda um pouco anestesiado, mas ciente do peso que a conquista tira do clube:
– Perder de novo para o Flamengo, numa circunstância dessa, seria muito ruim para a paixão dessa torcida – admite.
Após o título, é hora de renovar contratos
Para o futuro, mais tranquilidade para implementar novos projetos e alçar voos mais altos.
Daniel Bortoletto: Qual o sentimento de ser campeão carioca?
De gratidão ao torcedor, de ver que uma filosofia de trabalho que deu resultado, de felicidade por ter amigos ao meu lado trabalhando em um projeto que não é meu, mas sim do Botafogo.
DB: Dá para mensurar o tamanho do peso tirado das costas?
Perder de novo para o Flamengo seria muito ruim para paixão da nossa torcida, para o trabalho que estava sendo feito aqui. Digo que peso do tamanho tirado das costas é de uma pedreira.
DB: Qual o segredo do sucesso do Joel Santana?
Joel tem uma capacidade de aglutinar as pessoas ao seu redor, como se fosse, dentro do universo, o sol. Todos giram em torno dele. Consegue fazer com que as pessoas que estão ao redor dele trabalhem com afinco, dedicação, prazer. Acho que esse é o grande mérito dele. Valoriza a todos, desde o roupeiro até o presidente. O diálogo é sempre reto, sempre igual. As pessoas gostam disso, pois veem verdade.
DB: Todo título valoriza um grupo. Já recebeu propostas por algum jogador?
Havia chegado uma proposta para o Caio, mas o agente dele, Reinaldo Pitta, disse que recusou. Tivemos uma reunião e o Reinaldo falou para mim que não tem interesse de ele sair até o fim do ano. Ele acha importante que o jogador dispute o Brasileiro pelo Botafogo e tenho acreditado nisso. O garoto parece ter cabeça boa, entende que para firmar a imagem dele perante a torcida e para valorizar seu futebol seria importante disputar um Brasileiro. O gerente de futebol Anderson (Barros) e o André (Silva, vice de futebol) têm uma reunião marcada com Joel de alguns papos que já começaram e vão se finalizar sobre o que precisamos para o Brasileiro.
DB: E como está a busca pela cereja do bolo, um reforço de peso?
O Botafogo precisa de um ídolo. Ou cria ou traz um de fora. Temos alguns jogadores ocupando de uma forma muito interessante essa possibilidade de ser ídolo no coração da torcida, como Loco Abreu, Herrera, Jefferson. Também surgiu o Caio e ídolos mais antigos que estão no clube há mais tempo, como o próprio Guerreiro e agora o Lucio, que retomou o lugar dele. Mas precisamos daquele ídolo que seja uma figura ímpar, digamos assim, que mexa com a torcida, que a torcida tenha aquela paixão, que seja reverenciado pela mídia. Nós vamos buscar esse ídolo porque isso faz parte de um projeto do Botafogo de renovação da torcida, de aumento da sua base, de torcedores jovens, da propagação do nome Botafogo dentro e fora do Brasil.
DB: E a negociação para renovação de patrocínio?
A Hypermarcas e o Botafogo estão satisfeitos. A Ale, que apareceu no calção, se mostrou tão pé-quente tanto quanto o Cruzeiro do Sul, que estava conosco na Taça Guanabara. E essas empresas também estão satisfeitas com a repercussão. Tenho dito que o namoro com a Hypermarcas começou na Taça Guanabara, virou noivado na Taça Rio e acho que isso pode dar um casamento legal. Espero que dê até o fim do meu mandato. Se você olhar nos jornais, nas comemorações no gramado, no pódio e em General Severiano, os jogadores estão com a camisa do clube, o que não é muito normal, pois a tiram após o título e costumam ficar com camisas pessoais ou religiosas. Os jogadores tiveram a ideia de colocar a faixa na cabeça para fazer uma exposição da sua crença, o que acho extremamente salutar. Mostra o profissionalismo que os jogadores tiveram. E departamento de marketing que aprendeu muito em relação ao ano passado.