Conversa com cinco jogadores contribui para treinador seguir no Alvinegro com 25% de aumento e R$ 30 mil a menos do que receberia no Flamengo
Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro
Joel em treino do Botafogo: conversa com jogadores contribuiu para permanência
Depois de conversar com a diretoria antes do treino do último sábado, Joel Santana reuniu-se com o grupo do Botafogo e falou sobre a dúvida que pairava sobre a decisão de seu destino. Mas a certeza de que a permanência seria o melhor caminho ficou mais forte depois que Lucio Flavio, Leandro Guerreiro, Loco Abreu, Caio e Somália entraram em sua sala para um papo particular. O episódio foi importante para que, com uma proposta de 25% de aumento de salário e R$ 30 mil mensais a menos do que o oferecido pelo Flamengo, ele tenha optado por seguir em General Severiano.
A iniciativa da conversa privada foi do capitão, que não escolheu o elenco por acaso. Assim como Lucio Flavio, Leandro Guerreiro costuma ser acionado por Joel Santana para resolver questões internas e servir de elo com o restante do grupo. Loco Abreu, além de um dos mais experientes, é representante dos jogadores contratados no início de 2010 e que testemunhou as mudanças ocorridas com a chegada do treinador. Somália e Caio são os “filhos” do técnico. O primeiro, alvo maior de suas brincadeiras, e o segundo, “adotado” e tratado por ele com um carinho especial.
Na conversa, os cinco jogadores enalteceram a importância de Joel Santana e a necessidade de dar continuidade a um trabalho de bons resultados, que tiveram como base uma relação saudável e sem abalos entre comandante e comandados. Lucio Flavio e Loco Abreu foram os que mais falaram. Em suas palavras, lembraram ao treinador que a saída seria prejudicial para as duas partes.
Mas também houve tempo para brincadeiras. Caio, que atualmente mora no CT de General Severiano, chegou a fazer uma “proposta” a Joel Santana:
- Se você ficar, eu não vou para a Barra da Tijuca - disse o atacante, que está prestes a se mudar para um apartamento no bairro, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que é considerado pelo treinador “a perdição dos jogadores de futebol”, por causa de sua agitação noturna.
Joel terminou a conversa dizendo aos cinco jogadores estar certo de que ficaria no Botafogo. No entanto, lembrou que ainda precisaria comunicar a decisão a seu procurador. Na parte da tarde, o treinador conversou por três horas com Léo Rabello e, em seguida, informou à diretoria que sua permanência poderia ser anunciada oficialmente.