Grupo fica desapontado com demissões. Presidente critica ambiente do departamento de futebol
Eduardo Peixoto e Rodrigo Benchimol
Rio de Janeiro
A reação hostil de Vagner Love durante a entrevista coletiva da presidente Patrícia Amorim foi apenas reflexo de um dia complicado para os jogadores do Flamengo. Houve comoção com a notícia da demissão do técnico Andrade e do vice de futebol Marcos Braz nesta sexta-feira.
Com os portões fechados à imprensa, a dupla esteve no CT Ninho do Urubu antes do treino para se despedir e agendou uma entrevista coletiva para segunda-feira. Foram abraçados por todo o grupo. Em um dos momentos de maior emoção, Vagner Love chorou abraçado a Braz. Adriano também não conteve as lágrimas. Ele deixou o CT com o semblante fechado. Enquanto entravam no vestiário, muitos balançaram a cabeça negativamente. Outros, preocupados, perguntaram aos jornalistas se já havia um novo técnico.
O lateral-direito Léo Moura demonstrou tristeza, em mensagem na sua página no Twitter.
"Hoje, a tarde de treino foi um pouco difícil e triste! Despedida de dois grandes amigos. Braz e Andrade! Sentirei saudades dos amigos".
No clube, porém, há um consenso de que a mobilização foi tardia. Os jogadores transformaram a liberdade que tinham em uma anarquia disfarçada. Na opinião da nova diretoria, o poder paralelo do grupo organizava planilha de treinos e folgas, por exemplo. Além, claro, de abusar da vida noturna. Patrícia Amorim assistiu a tudo de longe e vendo que não houve melhoria, resolveu interceder.
- Prefiro não falar o que eu acho da conduta dele (Andrade) como técnico porque ele tem resultado. Agora não é linha dura. É o resgate do trabalho sério, coeso, com pessoas comprometidas. É isso que traz o resultado positivo. Vou ter a chance de implantar essa filosofia e metodologia de trabalho - disse.