Time 'vinga' goleada sofrida na primeira fase e se garante na final do Campeonato Carioca pelo quinto ano seguido
Eduardo Peixoto
Rio de Janeiro
Foi 2 a 0, mas valeu por seis. Afinal, os jogadores do Botafogo avisaram que precisariam apenas de “meio a zero” para vingar a goleada de 6 a 0 sofrida na primeira fase. O time alvinegro fez mais, com Fábio Ferreira e Loco Abreu, em cobrança de pênalti, conquistando a Taça Guanabara pela segunda vez consecutiva.
O resultado garante a presença na final do Estadual pelo quinto ano seguido e comprova a regularidade do Alvinegro na competição. Peça preponderante na reação da equipe, o técnico Joel Santana também tem o que celebrar. Ele manteve a invencibilidade em decisões de turno no Rio. Agora são 11 títulos.
Para chegar à vitória neste domingo, o time novamente contou com o ferrolho defensivo e a eficácia do jogo aéreo, o mesmo que derrubou o Flamengo na semifinal. O zagueiro Fábio Ferreira abriu o placar de cabeça e Loco Abreu ampliou, em cobrança de pênalti.
O lance que originou o segundo gol, aliás, foi uma repetição às avessas da reclamação alvinegra na Taça Guanabara de 2007. Na ocasião, o árbitro Marcelo de Lima Henrique assinalou uma falta de Ferrero em Fábio Luciano por causa de um puxão na camisa. Desta vez, Nilton foi quem agarrou Abreu.
O Vasco perdeu a invencibilidade no ano e a chance de conquistar um turno no Rio desde 2004. O time de Vagner Mancini também demonstrou excesso de nervosismo e teve dois jogadores expulsos na etapa final.
Autor de três gols na goleada da primeira fase, Dodô teve atuação apática. Phillipe Coutinho também não repetiu as boas atuações dos jogos anteriores e foi anulado pelos defensores alvinegros.
Dribles vascaínos contra chuveirinho do Botafogo
O Vasco utilizou-se da principal arma do rival para assustar, aos dez minutos. Após cobrança de falta lateral, Carlos Alberto cabeceou quase da marca de pênalti, rente à trave esquerda.
A resposta do Botafogo veio com o veneno que vitimou o Flamengo na última quarta-feira. Cruzamento na área, Loco Abreu escorou, Alessandro bateu de primeira e Herrera, em vez de empurrar para o gol, errou o tempo da jogada e funcionou como zagueiro.
Com mais posse de bola, o Vasco recorreu aos chutes de média distância. Carlos Alberto mandou por cima da trave aos 19. Depois foi a vez de Márcio Careca arriscar e Jefferson segurar sem problema.
Sumido até então, Philippe Coutinho apareceu pela primeira vez aos 28. Ele deu ótimo passe para Dodô, mas o artilheiro perdeu a passada e sequer finalizou.
O Botafogo novamente levantou a bola na área para levar perigo. Lucio Flavio foi à ponta esquerda e cruzou na segunda trave para Loco Abreu, que concluiu para fora. O uruguaio reclamou de um pênalti de Fernando, após um carrinho vascaíno que atingiu a canela dele. O árbitro Marcelo de Lima Henrique ignorou a infração.
Philippe Coutinho novamente apareceu aos 38. Ele driblou Fahel, entrou na área e chutou. A bola desviou em Wellington e saiu.
Cabeça e pênalti dão título ao Botafogo Logo aos dois minutos, Herrera recebeu lindo lançamento, entrou na área e chutou no alto. Fernando Prass fez ótima defesa e evitou o gol botafoguense.
Escondido entre os zagueiros botafoguenses, Dodô nem de longe lembrava o atacante que fez três gols na goleada por 6 a 0 do Vasco na primeira fase. Coube então a Carlos Alberto ameaçar. Ele avançou, driblou Leandro Guerreiro e chutou forte, à direita da baliza de Jefferson.
A torcida alvinegra começou a pedir a entrada do talismã Caio. No banco de reservas, Joel apenas coçou a cabeça. E assistiu a Loco Abreu dominar muito mal um ótimo cruzamento de Lucio Flavio. Ele foi desarmado por Titi.
No contra-ataque, Carlos Alberto recebeu de Philippe Coutinho e buscou o ângulo esquerdo. Jefferson saltou e defendeu sem dar rebote.
Aos 16, Caio substituiu Lucio Flavio. A esperança do Botafogo aumentou. Na primeira jogada, o xodó tropeçou e caiu no gramado. Na segunda, deixou a bola passar por entre as pernas.
Mas só a presença em campo dele foi suficiente para o time abrir o placar. Marcelo Cordeiro passou a cobrar os escanteios sem Lucio Flavio. No primeiro deles, levantou na segunda trave, Fábio Ferreira cabeceou para o chão e a bola entrou no canto esquerdo, aos 25.
A situação do Vasco complicou-se. E piorou ainda mais quando Nilton deu carrinho violentíssimo em Caio e foi expulso. A festa alvinegra quase aumentou quando Herrera deu drible seco em Fernando e chutou para fora.
Aos 39, Titi puxou Loco Abreu na área. Pênalti e outra expulsão. Na cobrança, o uruguaio acertou o canto direito e ampliou. Dali em diante, o time apenas administrou a vantagem enquando nas arquibancadas os torcedores, em menor número, bradaram "vice é o Vasco". Ah, e também não faltaram os gritos de 'Joel' e a provocação ao 'Império do Amor', do Flamengo, derrotado na semifinal.
Ficha técnica:
VASCO 0 x 2 BOTAFOGO
Fernando Prass; Élder Granja, Fernando, Titi e Márcio Careca; Nilton, Léo Gago (Magno (Rodrigo Pimpão), Souza (Rafel Carioca) e Carlos Alberto; Dodô e Philippe Coutinho.
Jefferson; Wellington, Fahel e Fábio Ferreira; Alessandro, Leandro Guerreiro, Eduardo, Lucio Flavio (Caio) e Marcelo Cordeiro; Herrera e Loco Abreu.
Técnico: Vagner Mancini. Técnico: Joel Santana.
Gols: Fábio Ferreira, aos 25 minutos, Loco Abreu, aos 38 do segundo tempo
Cartões amarelos: Léo Gago, Titi (Vasco); Marcelo Cordeiro, Fábio Ferreira (Botafogo).
Cartões vermelhos: Nilton e Titi (Vasco)
Estádio: Maracanã.
Data: 21/02/2010.
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique.
Auxiliares: Dibert Pedrosa Moises e Ricardo Maurício Ferreira de Almeida.
Público: 66.957 pagantes (81.902 presentes).
Renda: R$ 2.078.890,00