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Não dá para se dizer surpreso com a derrota do Botafogo na Arena da Baixada.






No duelo que apontaria qual dos dois agonizaria até a última rodada, o azarão era o alvinegro carioca.

Não porque seu time seja mais fraco no confronto direto _ tenho lá minhas dúvidas.

Mas pelo conjunto da obra, que envolve muito mais do que o visto a olhos nus.

O Botafogo da era pós-Bebeto voltou a ser, politicamente, uma instituição dividida e sem luz própria.

Os cem ou duzentos torcedores que ficaram barrados à porta da Arena da Baixada que o digam.

Mais falta de respeito, impossível _ tanto dos dirigentes locais, quantos dos alvinegros, passando pelos representantes das entidades envolvidas na organização do Campeonato Brasileiro.

Na hora do vamos ver, quando chega o momento de se decidir esportivamente quem é de Série A ou de Série B, perde-se a compostura e o bom senso (resumidos no termo fair-play) e que se dane a moral!


Às favas com o respeito ao direito do consumidor, que se lixem os que pagaram o ingresso e meteram o pé na estrada, abandonando seus lares para demonstrar apreço e fé às cores do seu coração.

E o que tem isso a ver com a derrota para o time de Antônio Lopes e a consequente obrigação de ter que vencer o Palmeiras no próximo domingo, no Engenhão, para escapar da degola sem depender dos outros?

Simples.

O caso ilustra a fraqueza política de um clube a toda hora violentado em seus interesses, sejam eles almejados dentro ou fora de campo _ protagonizados por árbitros, cartolas e autoridades de maneira geral.

E essa fraqueza invade seu departamento de futebol, porta de entrada de suas glórias, minando as energias de seus jogadores, a força de sua torcida e o brilho da instituição.



Não adianta discutir agora, às vésperas do último jogo oficial do ano, se o time do Botafogo é bom ou ruim, se o técnico Estevam Soares era a melhor opção ou se o meia Lucio Flávio deve permanecer no clube.

Como diria Nélson Rodrigues, referindo-se a seu amado Fluminense, alvinegros vivos e mortos devem se unir nesta batalha final, fazendo renascer a chama capaz de manter aceso o brilho de sua estrela.

Apelar para o sentimento, talvez seja, neste momento, o pouco que resta aos botafoguenses.