Maurício Assumpção diz que negocia em duas frentes para trazer grande reforço em 2011 (Foto: Gilvan de Souza)
Dennis Nery
RIO DE JANEIRO
Hugo Perruso
RIO DE JANEIRO
No fim do ano, Maurício Assumpção completará um ano como presidente do Botafogo. O que começou como uma brincadeira na arquibancada do Maracanã por pouco não se transformou na maior decepção de sua vida. No entanto, a permanência na Série A em 2010 fez com que o dentista de 44 anos pensasse grande.
No seu segundo ano à frente do clube, Maurício quer resgatar a grandeza do Botafogo no futebol e nos esportes olímpicos. Além do Engenhão, o presidente quer levantar as outras sedes do Glorioso, como Caio Martins, cujo projeto é se transformar em um grande complexo de tênis.
No futebol, o pensamento é em títulos. Para não ter a mesma dificuldade que teve no Brasileiro deste ano, Maurício quer trazer um craque de nome, na mesma proporção que Adriano foi para o Flamengo. E, se depender dos esforços do presidente, o segundo semestre do Botafogo promete.
LANCENET!: Como você avalia a sua gestão em seu primeiro ano à frente do Botafogo?
Foi um balanço extremamente positivo. Tivemos no Botafogo um cenário de quatro meses de salário atrasado. Uma perspectiva de receita até o mês de junho e estamos conseguindo fechar o ano honrando todos os nossos compromissos.
LNET!: Foi difícil manter o orçamento do clube em dia?
A diretoria sabia que o discurso seria bem compreendido, mas, se os resultados do futebol não aparecessem, tudo isso seria jogado por água abaixo. Ouvimos de todos os lados para esquecer o orçamento. Aumentamos o orçamento, mas sem cometer loucura. Com isso, estamos com os salários em dia.
LNET!: Além do futebol, como andam os outros planos do clube?
Existe um projeto para transformar Caio Martins em um grande centro de tênis. O Rio não tem um lugar para receber uma Copa Davis. Há outros projetos que estamos fazendo nos bastidores, sem alardes, obviamente não tem a visibilidade do futebol.
LNET!: E qual foi o benefício de não ter estourado o orçamento?
O Botafogo ganhou uma credibilidade do mundo dos negócios e do mundo da bola. Tem jogador que liga para o outro e pergunta como estão as coisas aqui. No mundo financeiro, temos parceiros chegando que têm nome de peso. Estamos trazendo para o clube pessoas com possibilidades de gerar grandes negócios.
LNET!: Então, o Botafogo tem tido mais facilidade para contratar neste ano?
O mercado é muito difícil. O São Paulo tem uma estrutura que permite a ele saber no meio do ano os jogadores que ele quer. O Botafogo ainda não pode fazer isso. Estou trabalhando muito para chegar nesse nível.
LNET!: O Botafogo tem dinheiro para trazer um jogador de peso?
Se precisamos de dinheiro, temos a CPE (fundo de investimento do clube), que não é próprio do Botafogo, mas é para o Botafogo. A CPE, junto com o departamento de futebol, identificou dois jogadores que estão no mercado interessantes para investir.
LNET!: Administrar o Botafogo é mais difícil do que você imaginava?
As questões políticas são mais difíceis. Administrar o Botafogo não é tão difícil assim. Quando você monta uma equipe competente para trabalhar contigo, fica fácil.
LNET!: Você tem mais dois anos de mandato. Pretende se candidatar de novo?
Eu vivo do meu consultório. Financeiramente, meu padrão caiu. Se tem reunião na CBF, tenho que desmarcar com meus pacientes. Minha sorte é que não tenho grandes despesas.
LNET!: Ser presidente do Botafogo mudou muito sua vida?
A vida cultural, tive que abrir mão dela. Continuo caminhando na praia, encontro com amigos perto de casa... Mas é negócio de maluco. Você perde um pouco do direito da vida própria.
LNET!: E se o Botafogo fosse rebaixado para a Série B?
Minha vida acabava. Ia ser uma mancha muito feia no meu lado pessoal. O Botafogo é o grande valor que tenho para a minha vida.
LNET!: Mas já que isso não aconteceu, quais são seus planos para o ano que vem?
Teremos o segundo semestre do ano que vem melhor do que o que tivemos no primeiro semestre deste ano, em termos de resultado. Quero disputar a Libertadores de 2011. Quero fechar meu mandato com uma participação na Libertadores.