Gripe Suína: especialistas e professores discutem adiamento da volta às aulas
Fernanda Baldioti e arquivo
O Globo
RIO - Com o aumento no número de mortes por gripe suína no país, os Ministérios da Saúde e da Educação recomendaram, na tarde desta quinta-feira, que estudantes com sintomas de gripe não voltem às aulas .Chegou-se a cogitar o adiamento da volta às aulas nas escolas federais, o que causou polêmica entre professores e epidemiologistas.
Para o infectologia Edmilson Migowski, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, a medida pode ser eficaz, mas contradiz o discurso do governo de que a doença é semelhante a uma gripe comum:
- Essa atitude demonstra que a situação é grave. Se fosse como uma gripe comum, como o governo diz, eles deveriam prorrogar as férias todo ano - contesta Migowski.
O infectologista explica, no entanto, que a circulação do vírus acontece por um determinado período e que essas ondas duram, em média, seis semanas. Segundo Migowski, se estivermos no auge da epidemia, adiar o retorno às aulas em três ou quatro semanas pode ser coerente, pois a criança em idade escolar é quem mais pega vírus e o leva para casa.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) e diretora médica da Urgências Médico-Escolares (Urmes), Isabela Ballalai, também acredita que a medida pode ser eficiente se o governo estiver agindo com base no ciclo do Influenza, mas defende que há outras maneiras de se evitar a contaminação entre os alunos sem prejudicar o ano letivo:
- Se a gente tiver certeza que o ciclo é esse, pode ser que o adiamento seja positivo. A questão é que algumas escolas anteciparam as férias para diminuir a circulação do vírus e isso não aconteceu. Assim, teremos mais um problema em termos de calendário escolar. O mais importante é reforçar os cuidados de prevenção. A gripe suína deve ser um assunto na escola para que o aluno leve isso para casa - afirmou Isabela.
Um projeto multidisciplinar que aborde a gripe suína é a sugestão da orientadora educacional do Ciep 439, Mila Guimarães, para diminuir os casos de contágio nas escolas. Segundo Mila, no início do ano, professores e alunos de educação artística e ciências do colégio fizeram ações informativas sobre a dengue, como reunião de pais, teatro e palestras na comunidade, o que também pode ser feito com relação à gripe suína:
- A comunidade e os alunos se conscientizaram mais sobre a importância da prevenção, de não se deixar pneus furados, garrafas acumulando água. Agora, devemos fazer isso com a gripe suína. É uma questão de saúde pública e a escola precisa estar envolvida.
Na próxima semana, a Urmes vai definir as orientações quanto à doença para as escolas que o grupo atende. Segundo Isabela, algumas questões, como colocar álcool em gel em todas as salas e nos corredores, já haviam sido sugeridas no fim do segundo bimestre letivo:
- É importante orientar a escola de como voltar e estabelecer medidas rigorosas para isso, pois agora não existe mais a quarentena de casos suspeitos, nem o medo de pessoas que vieram de férias da Argentina ou de outro país - afirma Isabela.
Ela ressalta que é importante uma orientação dos ministérios da Saúde e da Educação quanto ao retorno ou não das aulas para que as escolas não tomem decisões diferentes:
- Além de não adiantar, no aspecto epidemiológico, umas escolas fecharem e outras não, é complicado para os colégios definirem isso sozinhos pois há a cobrança dos pais.
No Rio, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, também admitiu que pretende estudar a possibilidade de prorrogar as férias escolares na rede pública . Em entrevista coletiva na sede da secretaria de Saúde, Côrtes disse que deve fazer uma reunião na semana que vem para discutir o assunto, mas ressaltou que isso vai depender da quantidade de casos registrados no estado.
RIO - Com o aumento no número de mortes por gripe suína no país, os Ministérios da Saúde e da Educação recomendaram, na tarde desta quinta-feira, que estudantes com sintomas de gripe não voltem às aulas .Chegou-se a cogitar o adiamento da volta às aulas nas escolas federais, o que causou polêmica entre professores e epidemiologistas.
Para o infectologia Edmilson Migowski, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, a medida pode ser eficaz, mas contradiz o discurso do governo de que a doença é semelhante a uma gripe comum:
- Essa atitude demonstra que a situação é grave. Se fosse como uma gripe comum, como o governo diz, eles deveriam prorrogar as férias todo ano - contesta Migowski.
O infectologista explica, no entanto, que a circulação do vírus acontece por um determinado período e que essas ondas duram, em média, seis semanas. Segundo Migowski, se estivermos no auge da epidemia, adiar o retorno às aulas em três ou quatro semanas pode ser coerente, pois a criança em idade escolar é quem mais pega vírus e o leva para casa.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) e diretora médica da Urgências Médico-Escolares (Urmes), Isabela Ballalai, também acredita que a medida pode ser eficiente se o governo estiver agindo com base no ciclo do Influenza, mas defende que há outras maneiras de se evitar a contaminação entre os alunos sem prejudicar o ano letivo:
- Se a gente tiver certeza que o ciclo é esse, pode ser que o adiamento seja positivo. A questão é que algumas escolas anteciparam as férias para diminuir a circulação do vírus e isso não aconteceu. Assim, teremos mais um problema em termos de calendário escolar. O mais importante é reforçar os cuidados de prevenção. A gripe suína deve ser um assunto na escola para que o aluno leve isso para casa - afirmou Isabela.
Um projeto multidisciplinar que aborde a gripe suína é a sugestão da orientadora educacional do Ciep 439, Mila Guimarães, para diminuir os casos de contágio nas escolas. Segundo Mila, no início do ano, professores e alunos de educação artística e ciências do colégio fizeram ações informativas sobre a dengue, como reunião de pais, teatro e palestras na comunidade, o que também pode ser feito com relação à gripe suína:
- A comunidade e os alunos se conscientizaram mais sobre a importância da prevenção, de não se deixar pneus furados, garrafas acumulando água. Agora, devemos fazer isso com a gripe suína. É uma questão de saúde pública e a escola precisa estar envolvida.
Na próxima semana, a Urmes vai definir as orientações quanto à doença para as escolas que o grupo atende. Segundo Isabela, algumas questões, como colocar álcool em gel em todas as salas e nos corredores, já haviam sido sugeridas no fim do segundo bimestre letivo:
- É importante orientar a escola de como voltar e estabelecer medidas rigorosas para isso, pois agora não existe mais a quarentena de casos suspeitos, nem o medo de pessoas que vieram de férias da Argentina ou de outro país - afirma Isabela.
Ela ressalta que é importante uma orientação dos ministérios da Saúde e da Educação quanto ao retorno ou não das aulas para que as escolas não tomem decisões diferentes:
- Além de não adiantar, no aspecto epidemiológico, umas escolas fecharem e outras não, é complicado para os colégios definirem isso sozinhos pois há a cobrança dos pais.
No Rio, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, também admitiu que pretende estudar a possibilidade de prorrogar as férias escolares na rede pública . Em entrevista coletiva na sede da secretaria de Saúde, Côrtes disse que deve fazer uma reunião na semana que vem para discutir o assunto, mas ressaltou que isso vai depender da quantidade de casos registrados no estado.