Assumpção revela ao LNET! planos no Bota
Único candidato à presidência do clube abre o jogo e fala sobreseus planos como presidente
Danilo Santos RIO DE JANEIRO Entre em contato
Dentista, 46 anos e apaixonado pelo Botafogo. Maurício Assumpção era um nome pouco conhecido dos torcedores e surpreendeu ao ser apontado como o candidato de consenso no clube, unindo duas correntes políticas diferentes. O apoio de pessoas influentes e empresários importantes o ajudou a ser o único candidato ao posto de presidente no próximo triênio.
Nesta entrevista ao LANCENET!, Assumpção revela que antes do sonho de ser presidente teve o de ser jogador do Botafogo. E fala sobre seus planos para comandar um clube que passa por dificuldades financeiras, mas que está em evolução.
LANCENET!: Você pensou um dia que teria a possibilidade real de ser presidente do Botafogo?
Maurício Assumpção: Se dissesse para você que não pensava, estaria mentindo. Na verdade, meu sonho inicial era jogar pelo Botafogo, fazer um gol sobre o Flamengo numa final, vibrar com a torcida no Maracanã lotado. Mas não consegui realizar. Aí, tive de refazer o sonho para virar dirigente.
L!: Você não aparece muito na mídia, mas ajuda o Botafogo há algum tempo. Desde quando você colabora com o clube?
Ajudo desde a época do Emil Pinheiro como odontologista, com jogadores profissionais e das divisões de base. Depois, me aproximei mais e virei jogador de futebol de praia e, posteriormente, técnico. Fiz um convênio com o Botafogo e ganhamos alguns títulos na praia. Até nisso tenho ligação com o clube.
L!: E com o atual grupo, quando começou a ter contato?
Foi em 2004, na pré-temporada em Friburgo. Sou professor da faculdade de Friburgo, fiz exame em todos os jogadores. Ali diagnosticamos um problema bucal no Almir, por exemplo. Tenho marcado minha vida profissional esportiva com o Botafogo. A partir do momento que o clube voltou para a Primeira Divisão, comprei cadeiras cativas e fiz amizade forte com grandes botafoguenses, como João Moreira Salles, Roberto Costa, Paulo Mendes, entre outros. Essas pessoas pediram um nome em que acreditassem para ser o próximo presidente. Era para ser o Manoel Renha, pois grande parte da torcida não me conhece. Mas o grupo que me apóia disse que não haveria problema e fui o escolhido.
L!: Falando no Manoel Renha, qual será a participação dele nessa gestão? Ele disse não querer ser vice de futebol...
- Estive com ele na última segunda-feira à noite, antes de sair o consenso. Falei o seguinte: 'Minha candidatura surgiu da não possibilidade da sua, queria que você me apoiasse, ajudasse, tivesse importância no futebol'. Ele disse que me apoiava, pedi para trabalhar no futebol. Mas ele não quer cargo nem compromisso oficial de estar todo o dia no clube. Aceitei, pois seria fundamental ele participar, ser o homem-forte, por tudo que representa dentro do Botafogo.
L!: Quanto aos outros nomes que farão parte da chapa, já estão definidos?
- Os membros das duas correntes que se uniram ficaram de fechar os nomes que comporiam a chapa. Há 38 nomes considerados acima de qualquer chapa, botafoguenses ilustres, que não são engajados em correntes políticas. Mais dez nomes do presidente, dez do vice-presidente, no caso o Marcos Portella. O restante será dividido entre os grupos políticos, até que se chegue ao total de 140.
L!: O que precisa ser mudado no Botafogo? Quais os principais planos para a sua gestão?
- A principal meta nossa é reestruturar as divisões de base, é o grande projeto do Botafogo, não tem jeito. A segunda questão é o saneamento financeiro, não dá para conviver com falta de dinheiro, de planejamento, antecipando receita dos anos seguintes para tapar buraco. Vamos começar com um problema grande, mas estamos viabilizando operações financeiras para ter um aporte e passar seis primeiros meses tranqüilamente, gerando receitas.
L!: Qual será a importância do Engenhão nesse sentido?A questão do Engenhão está dentro de um modelo diferente. Como sanear as dívidas? Cotas e receitas não estão comprometidas?
Precisamos de receita nova, o Engenhão é um bom local. Podemos lucrar com comida, bebida, aluguel de estádio, show, eventos, publicidade, camarotes, cadeira cativa, política de preço de ingresso que incentive o sócio-torcedor a comprar antecipadamente. No ano que vem, ainda há a possibilidade de alugar para outros clubes, com as obras do Maracanã.
L!: Haverá mudança também na forma de administração?
- É preciso mudar um pouco o modelo administrativo, ter uma alternativa ao atual. O clube necessita de reestrutução, descentralizar, trabalhar em cima de metas, ter uma equipe de trabalho efetivo. Outro ponto importante é revitalizar o quadro social.
Um clube como o Botafogo não pode ter apenas 900 sócios aptos a votar, é muito pouco. E daremos atenção maior a esportes olímpicos, que têm tido bons resultados mesmo sem ajuda da direção. Imagine se tiverem apoio...