Em nota oficial, Bebeto pede explicações à CBF por mudança no jogo contra o Fla
Presidente do Botafogo ressalta prejuízos financeiros e de imagem que o Alvinegro terá, e questiona as razões para a partida não ser no Engenhão
GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM
Bebeto de Freitas à época em que apresentou os projetos para o Engenhão, estádio do Botafogo
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Bebeto de Freitas à época em que apresentou os projetos para o Engenhão, estádio do Botafogo
A decisão da CBF de transferir do Engenhão para o Maracanã o clássico contra o Flamengo, no próximo dia 9 de novembro, deixou o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, extremamente irritado. Assim como todos no clube, o dirigente não consegue entender por que o estádio, considerado o mais moderno do Brasil, não tem condições de receber a partida. Mais do que isso, levanta um conflito de interesses com a empresa responsável pela confecção e venda de ingressos no "Maior do Mundo".
Construído para ser um dos palcos do Pan-Americano, o Engenhão recebeu um jogo da seleção brasileira pelas eliminatórias, contra a Bolívia, e tabém já foi cenário de dois clássicos cariocas, contra Vasco e Fluminense - este último em duas oportunidades no Brasileirão: na inauguração do estádio em 2007, com um público de 40 mil pessoas, e no segundo turno da edição deste ano.
Em nota oficial no site oficial do clube, Bebeto cobra explicações da CBF e diz que o clube terá de ser ressarcido dos prejuízos que terá. Confira o texto na íntegra: "O Botafogo de Futebol e Regatas foi surpreendido com a decisão da Confederação Brasileira de Futebol de mudar o local do jogo entre Botafogo e Flamengo, válido pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 9 de novembro.
Inicialmente marcado para o Estádio Olímpico João Havelange, onde o clube exerce seu mando de campo, a partida foi transferida para o Maracanã, local no qual o adversário exerce seu mando de campo. "O Botafogo também estranha o motivo pelo qual a CBF justifica essa alteração, a suposta falta de segurança. Dessa forma, entidade prejudica o direito do Botafogo de atuar em seu próprio estádio.
"Desde antes da partida contra o Fluminense, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro já tentou fazer a mesma manobra para favorecer o Fluminense, que luta contra o rebaixamento. Nessa ocasião, o Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, esteve presente na partida, também um clássico estadual, e garantiu que o estádio possui a segurança adequada para qualquer evento subseqüente.
"Desde antes da partida contra o Fluminense, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro já tentou fazer a mesma manobra para favorecer o Fluminense, que luta contra o rebaixamento. Nessa ocasião, o Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, esteve presente na partida, também um clássico estadual, e garantiu que o estádio possui a segurança adequada para qualquer evento subseqüente.
"A mudança do local acarretará graves problemas operacionais para o clássico.
Em primeiro lugar, o Botafogo não aceita, não quer e nem vai trabalhar com a empresa de ingressos do Maracanã, a BWA. O Botafogo tem um contrato com o Ticketmaster, e se quebrado em algum jogo ocasiona uma multa. Além disso, o clube também não tem controle sobre o quadro móvel do estádio, como faz no João Havelange.
"Fora isso, ainda há toda a questão financeira por trás. No João Havelange, o clube possui direitos de publicidade, venda de camarotes, contratos de vendas para o setor Visa do estádio e recebe pela concessão de prestação de serviços. Os nossos camarotes são comercializados no início do campeonato e incluí em seu preço o clássico contra o Flamengo. Sem esse jogo, o consumidor será prejudicado em seu direito.
"O Botafogo ainda sai lesado na exposição de sua marca, já que o seu estádio é um patrimônio que pode ser explorado e, para isso, precisa de visibilidade. Sem a partida contra o Flamengo, esta diminuirá.
"O clube questiona também o motivo pelo qual os clássicos paulistas são disputados em estádios menores e menos modernos. Em todos os estados do país, cada clube exerce de forma plena seu direito ao mando de campo. "Como o Estádio Olímpico João Havelange, que sediou o Pan-Americano, o maior evento esportivo já realizado no país, não pode receber um jogo do Campeonato Brasileiro?
E qual o motivo do Maracanã ter toda a suposta condição ideal, se no último clássico lá realizado, entre o próprio Flamengo, contra o Vasco, várias brigas e conflitos aconteceram nos seus arredores? "
Portanto, o Botafogo é explicitamente contra a mudança do local da partida e espera, no mínimo, explicações.
No caso de o jogo ser mantido no Maracanã, o clube exige um ressarcimento pelos prejuízos financeiros citados nesta nota.
Fica a pergunta. Quem pagará todos esses prejuízos causados ao Botafogo?"
Paulo Roberto de Freitas
Presidente do Botafogo de Futebol e Regatas