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São Paulo vence o Botafogo no Engenhão, e Alvinegro é prejudicado pela arbitragem

São Paulo vence o Botafogo no Engenhão, e Alvinegro é prejudicado pela arbitragem

Árbitro atende auxiliar e anula gol legítimo do time carioca, causando revolta no time carioca e invasão de campo do presidente

GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro

O Botafogo viu a Libertadores ficar mais distante, e o São Paulo deu um passo importante rumo ao hexacampeonato. Na noite desta quarta-feira, no Engenhão, o Tricolor derrotou o Alvinegro por 2 a 1 num jogo polêmico, no qual o time carioca foi prejudicado pela arbitragem, que anulou mal o gol que seria o do empate.

O lance, complicado para o árbitro Sérgio da Silva Carvalho e o auxiliar Renato Miguel Vieira, protagonistas do erro, causou a revolta do presidente Bebeto de Freitas, que invadiu o campo para portestar com o quarto árbitro.

Com o resultado, a equipe paulista alcançou o Grêmio na liderança do Brasileirão, com 59 pontos, mas perde no primeiro critério de desempate: tem uma vitória a menos (16 contra 17 do time gaúch). Já o Alvinegro, com 49 pontos, permanece em sexto lugar, agora com a companhia do Coritiba, mas com a vantagem de uma vitória (14 a 13).

As duas equipes voltam a campo no próximo domingo. O Botafogo vai a Belo Horizonte enfrentar o Atlético-MG, às 17h, no Mineirão, enquanto o São Paulo recebe o Internacional no Morumbi, às 19h10m. Alessandro e André Dias levaram o terceiro cartão amarelo e estão fora das partidas.

Depois de tanto mistério nos dois treinos de segunda e terça-feira, quando o técnico Ney Franco impediu a entrada da imprensa na primeira parte dos trabalhos, o Botafogo não apresentou nenhuma novida tática contra o São Paulo.

Sem Lucio Flavio, que se recupera de um estiramento muscular, e Carlos Alberto, suspenso, a equipe se ressentia de criatividade no meio-campo. Por outro lado, apesar de começar com três zagueiros e três volantes, o Alvinegro tinha dificuldades para impedir a movimentação ofensiva do São Paulo, principalmente com Dagoberto e Jorge Wagner pelas alas, além das aparições de Hugo e Hernanes.

E foi assim que o adversário foi criando oportunidades de gol. Aos nove minutos, Hernanes cruzou da direita, e Hugo, mal marcado na área por Leandro Guerreiro, não conseguiu completar. Dois minutos depois, Hernanes chutou fraco e facilitou a defesa de Renan, que trabalhou mesmo aos 17, fazendo ótima defesa em conclusão de Jorge Wagner. O time anfitrião chegou a equilibar a partida, mas esbarrava na forte marcação da zaga tricolor, que anulava Wellington Paulista e parava Jorge Henrique da maneira que podia. Na bola ou recorrendo a faltas.

Mas bastou uma falha para o Botafogo chegar com perigo. A rigor, em sua única chance clara de gol na primeira etapa. Depois da insistência do camisa 7 alvinegro, a bola sobrou em ótimas condições para Zé Carlos, que de frente para o gol soltou a bomba. A bola desviou na zaga, mas o árbitro não marcou o escanteio, apesar das reclamações do meia. Apesar da maior posse de bola, o Tricolor não voltou a assustar nos primeiros 45 minutos.

Muricy indiferente ao resultado dos adversários diretos

Botafogo e São Paulo voltaram sem alterações para a etapa final, mas o técnico tricolor fez um pedido a seus jogadores: arriscar mais os chutes de fora da área. E essa era a única preocupação de Muricy Ramalho, que não queria saber como estavam os jogos de Cruzeiro, Grêmio e Flamengo - o Palmeiras já havia derrotado o Goiás por 1 a 0, no Palestra Itália.

- Eu tenho de me preocupar com o meu time. Se for ficar pensando no resultado de outros jogos, não passo tranqüilidade aos jogadores. E eles precisam se concentrar nesta partida para conseguir a vitória.

O Tricolor começou seguindo à risca, e aos seis minutos Renan novamente precisou intervir para evitar que o adversário abrisse o placar. O jovem goleiro saiu bem do gol para interceptar cruzamento rasteiro de Jorge Wagner. Foi a deixa para Ney Franco resolver mexer no Alvinegro, abandonando o 3-5-2 com as entradas do lateral-esquerdo Luciano Almeida e do atacante Fábio para as saídas do zagueiro Edson e do meia Zé Carlos.

Mas não deu tempo para as mudanças surtirem efeito. Aos 16, Renan manchou a boa atuação que vinha tendo ao falhar na reposição de bola. Jean aproveitou e tocou com categoria, por cobertura, para abrir o placar. E a partida ganhou em emoção e polêmica.

Aos 24, Jorge Henrique deu ótimo passa para Fábio, que dividiu com Rogério Ceni, e a bola sobrou para Wellington Paulista empatou a partida. Aos 28, em ótima defesa numa cobrança de falta de Andre Luis, o goleiro tricolor evitou a virada. No minuto seguinte, o Botafogo errou na saída de bola e pagou caro por isso. No contra-ataque, Hernanes chegou à área, limpou Leandro Guerreiro e Andre Luis com único drible, e chutou para deixar o São Paulo novamente na frente do placar.

O novo empate alvinegro viria aos 30, mas o auxiliar Renato Miguel Vieira errou ao marcar impedimento de Wellington Paulista, que não participou da jogada. No lance, Lucas Silva chutou para marcar, e o atacante, mesmo em posição de impedimento, não atrapalhou Rogério Ceni. O gol mal anulado, num lance difícil, revoltou os jogadores e provocou a invasão do presidente Bebeto de Freitas, que descontou em cima do quarto árbitro.

- Isso é uma vergonha! Vocês vieram aqui para nos roubar. Isso é uma palhaçada! - esbravejava o dirigente.

Aos 33, Rogério Ceni ainda conseguiu irritar ainda mais os torcedores do Botafogo. Depois de chute de Wellington Paulista, o goleiro bateu roupa e voltou a fazer a defesa numa dividida com Renato Silva. No entanto, ficou se contorcendo no chão como se tivesse sofrido uma lesão mais grave. A partida ganhou um clima tenso, e o futebol praticamente ficou relegado a segundo plano. No fim, a proteção policial para a saída do trio de arbitragem.