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Mauro Galvão encontra juvenis alvinegros e dá conselhos para o futuro








Mauro Galvão encontra juvenis alvinegros e dá conselhos para o futuro


Ex-zagueiro vai a Marechal Hermes fala com adolescentes do Botafogo sobre benefícios e riscos da profissão
Gustavo Rotstein Rio de Janeiro


Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM
Mauro Galvão fala com juvenis do Botafogo sobre prós e contras da profissão



Quando Mauro Galvão treinou em Marechal Hermes e ajudou o Botafogo a conquistar o bicampeonato carioca em 1989 e 1990, Lucas nem havia nascido. Mas quando o ex-zagueiro voltou ao centro de treinamento das categorias de base do clube, nesta segunda-feira, e falou para quase 40 adolescentes que compõem o time juvenil do Alvinegro, o menino de 17 anos olhava tudo como se quem estivesse ali fosse seu ídolo de infância.


O objetivo da conversa era exatamente este: passar um bom exemplo aos meninos e dar a eles ainda mais força para a seqüência do Campeonato Carioca, no qual o time se classificou antecipadamente para a fase final. Durante pouco mais de uma hora, Mauro Galvão falou sobre experiência como jogador.


Na idade dos meninos do juvenil do Botafogo, o zagueiro conquistou seu primeiro título do Campeonato Brasileiro, em 1979, pelo Internacional. No calor do vestiário de Marechal Hermes, o ex-zagueiro enfatizou a importância de o atleta suar a camisa e treinar muito para conquistar o seu espaço. Mas deixou claro que o empenho deve ser ainda maior para se manter no topo e evitar companhias que sejam influências negativas.


- Onde está a malandragem do cara que chega da noitada às 6 da manhã? Quem faz isso quer ser profissional? O futebol é físico, e ninguém engana o corpo - ensinou.

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Zagueiro Lucas 'zen' ouviu atentamente os conselhos e tirou dúvidas com Mauro Galvão
Jogador marcado pela discrição, Mauro Galvão também lembrou que o futuro do jogador proporciona uma boa situação financeira, e o mais importante é saber administrar a renda.


Para isso, o ex-zagueiro frisou a importância de o atleta não se preocupar apenas com a fama.


- Antes de comprar uma casa, o jogador se preocupa em ter um carro. Ser jogador de futebol não é só ouvir aquele pagodinho. Vocês terão muito tempo ocioso nas concentrações. Então leiam, se informem, estudem. Jogador burro é brabo de agüentar. Isso pode causar constrangimentos - avisou.


No meio dos meninos, Lucas quase não piscava. Apelidado no clube de “zen”, devido ao seu comportamento calmo dentro e fora do campo, o zagueiro dos juvenis foi um dos que fizeram perguntas a Mauro Galvão. Seus amigos pediram que eles lembrassem partidas marcantes, mas ele quis saber sobre o que fazer para ter uma aposentadoria tranqüila.


- Parar de jogar é muito difícil. Fui até os 40 e decidi encerrar quando as lesões ficaram freqüentes. Por isso, é importante estudar o máximo, pois isso abre novas oportunidades - respondeu Galvão.

Campo de Marechal Hermes mostra falta de apoio às categorias de base
Depois da palestra, Mauro Galvão atendeu a inúmeros pedidos de fotos. Lucas deixou a conversa empolgado e determinado a seguir as instruções do ex-zagueiro.

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Com terra e buracos, campo de Marechal Hermes está em condições precárias


- Não sei se vou herdar o futebol, mas quero herdar o caráter do Mauro Galvão. Nunca ouvi ninguém falar mal dele. Sempre procurei me preparar também fora de campo, e por isso foi importante ouvir esses conselhos - diz.


Durante o papo com os jogadores, Mauro Galvão lembrou que o time bicampeão estadual, que tirou o Botafogo de um jejum de 21 anos, foi formado com treinos em Marechal Hermes. Atualmente, são quase precárias as condições de treinamento das categorias de base.


É possível ver o esforço para dar o mínimo de estrutura aos centenas de meninos que trabalham no CT, mas o estado dos dois campos mostra que é ínfimo o investimento do clube na formação de jogadores.


Assim como os profissionais, os funcionários de Marechal também estão com salários atrasados. Mas quando se olha o desempenho do mirim, infantil e juvenil no Campeonato Carioca, chega-se à conclusão de que é possível tirar leite de pedra.


- O Botafogo representa muito por ter sido celeiro de craques. Ainda é preciso de maior estrutura, mas está claro que com trabalho, criatividade e vontade, as coisas acabam acontecendo. Se houver mais condições, será melhor ainda - afirma Mauro Galvão.