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Túlio Maravilha: ‘Do jeito que está , o Botafogo só vai viver da lembrança de 95’

Túlio Maravilha: ‘Do jeito que está , o Botafogo só vai viver da lembrança de 95’

Atacante afirma que tem fórmula para resolver problemas financeiros do clube e diz que já ficou sem receber no Alvinegro de General Severiano

Márcio Iannacca
Direto de Goiânia



Túlio Maravilha é ídolo da torcida do Botafogo e não sai da cabeça do alvinegro mais saudoso. Em 1995, o jogador foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro e ajudou o time a conquistar o título daquela temporada (assista aos lance da final contra o Santos ). Mesmo atuando no Vila Nova, de Goiás, o atacante não deixa de acompanhar o seu ex-clube à distância e dá até pitacos em relação ao modelo de administração, principalmente para não ocorrer os atrasos nos salários, ponto de discórdia entre os dirigentes e o elenco da equipe de General Severiano.


Em um bate-papo exclusivo com o GLOBOESPORTE.COM, Túlio falou de sua ligação com o Botafogo, deu soluções para a diretoria conseguir sanar os problemas financeiros e revelou onde está guardada a camisa que usou na final do Campeonato Brasileiro de 95.


O Botafogo passa por uma grave crise financeira e tem atrasado os salários dos jogadores. Se você fosse presidente do clube, o que faria para resolver essa situação?

Tem que ter parceiros, investidores, patrocinadores, buscar recursos. Eu que entendo muito de marketing, sei que o futebol sem o marketing é inviável fazer futebol sem isso. Você não consegue contratar grandes jogadores e é preciso tomar cuidar com a sua receita. Você não pode gastar mais do que ganha. Essa é a primeira lição básica do futebol e da economia. O jogador prefere ganhar menos e receber em dia do que ganhar um salário astronômico e ficar dois, três meses sem receber. Isso não é vantagem nenhuma


Márcio Iannacca/GLOBOESPORTE.COM

E como você trabalharia?

Se eu fosse presidente, a primeira coisa que eu iria fazer seria buscar receitas. Dentro da receita, eu buscaria jogadores compatíveis com esse nível de salários. E deixar bem claro ao torcedor, que só vai cobrar títulos, cobrar vitórias mediante a condição financeira do clube. Se a condição financeira do clube é disputar um título, ele vai ter grandes investimentos. Se é para se manter, um investimento x. Se for lutar para não ser rebaixado, é um outro investimento. É preciso deixar bem claro para não iludir o torcedor.


Você já passou por essa situação de salários atrasados na sua vida?


Já passei várias vezes. No próprio Botafogo mesmo, eu fiquei três, quatro meses. Não chegou a refletir dentro de campo porque eu era bem profissional. Mas, não é todo dia que a sorte está ao nosso lado. Às vezes, uma coisa reflete na outra e pode atrapalhar dentro de campo.


Você pensa em voltar ao Botafogo algum dia?


Penso em voltar para fazer o milésimo gol. O Montenegro (Carlos Augusto, atualmente colaborador do futebol e presidente do Botafogo na época da conquista do Brasileirão de 1995) já deixou as portas abertas e eu espero que eu consiga fazer pelo menos isso, o milésimo gol com a camisa do Botafogo para dar alegrias a esse torcedor tão sofrido que é o botafoguense.

A camisa da final do Campeonato Brasileiro de 1995 você ainda tem guardada? Onde ela fica?


Ela está guardada em casa, está em um quadro. Está lá, Seven Up, número 7, a bola de 95 também. Ela está murchinha, mas está tudo guardadinho lá em casa. É uma recordação e tomara Deus que não demore tanto para o Botafogo ser campeão brasileiro outra vez. Do jeito que estão as coisas aí, a gente só vai viver dessa lembrança de 1995.