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Entre vaias e aplausos, Joel desabafa: ‘Não é fácil ser agredido'

Técnico do Botafogo admite sofrimento com as críticas dos torcedores, mas dá razão à insatisfação no intervalo da partida contra Volta Redonda

Por Mariana Kneipp Rio de Janeiro

Um dia, ele é o Papai Joel, que brinca com todo mundo e leva o Botafogo às vitórias.  No outro, ele recebe xingamentos de burro e suas escalações são contestadas após derrotas para Flamengo (nos pênaltis) e River Plate-SE. Na relação oscilante de aplausos e vaias entre Joel Santana e a torcida do Botafogo, sobra um desabafo do técnico, que deixou o gramado do Engenhão neste sábado, após a vitória sobre o Volta Redonda (4 a 2),  beijando o escudo alvinegro.

- Quando terminou o jogo, a maioria da torcida gritou meu nome. Por isso, beijei o escudo. Era o mínimo que poderia fazer como agradecimento. Sabe, no momento em que faz um gol, gritam o nome do jogador. Na hora que toma, gritam o do Joel. Aí, não dá. Nem uma coisa, nem outra. Na saída do primeiro tempo, tinha um rapaz que falou uma coisa que nem vale tocar no assunto, e uma senhora contestou. Uma senhora, para você ver. Não é fácil ser agredido o tempo todo. A torcida sofre, mas a gente sofre demais também – lamentou o técnico.

Mesmo demonstrando insatisfação com a reação da torcida nas últimas partidas, Joel deu razão às vaias para o time na saída para o intervalo neste sábado, momento em que o placar mostrava 2 a 2 diante do Volta Redonda.

- Eu iria contestar também. Estávamos ganhando por 2 a 0, e deixaram empatar. O torcedor quer ver vencer. Nós que criamos esse tipo de situação. É uma revolta geral, inclusive do treinador. A torcida tem razão – afirmou.

Joel lembrou que teve de dar uma bronca nos jogadores no vestiário. O técnico disse que ressaltou a necessidade da vitória para que o time pudesse ter mais tranquilidade na sequência da campanha em busca do bicampeonato estadual.

- Chamei a atenção deles. Fizemos dois gols, e fiquei ali na beira do campo gritando para o Antônio Carlos perceber que tinha ladrão. Ele olhou não sei para onde, e eles marcaram. Então, eu disse no vestiário que assim iríamos perder o jogo. Tínhamos que resolver para não atrapalhar o carnaval de ninguém. Senão ninguém sai na rua. E o Cordão do Bola Preta (tradicional bloco de rua carioca) ainda está aí – brincou Joel.