Com o bom humor de sempre, técnico diz que assumiu o Botafogo porque sabia que poderia levar a equipe à final. Presente do elenco o emociona
Diego Rodrigues e Eduardo Peixoto
Rio de Janeiro
Em total sintonia com o elenco, 'profeta' Joel comemora volta por cima do time alvinegro
As respostas longas, pensadas e recheadas de tiradas engraçadas expõem um Joel Santana transformado após três semanas no Botafogo. Depois de assumir um time devastado por uma goleada por 6 a 0, exatamente contra o Vasco, adversário na final da Taça Guanabara, o treinador devolveu a felicidade ao grupo alvinegro.
O resgate emocional foi confirmado com a vitória por 2 a 1 sobre o arquirrival Flamengo, quarta-feira, na semifinal do primeiro turno do Campeonato Carioca. Na longa explanação que fez aos jogadores nesta sexta, no Engenhão, o treinador relembrou que só aceitou assumir o cargo porque acreditava no elenco.
- Falei para eles: "Se achasse que não teria condições de levar vocês à final, ficava em casa com meu chapéu panamá, sandália e bermuda". Só iria mesmo tirar meu cavanhaque porque o Brad Pitt me ligou dizendo estava muito parecido com ele – disse, entre gargalhadas.
Para explicar o resultado instantâneo do trabalho, o treinador relembra o passado. Cita que em todos os clubes que passou a porta está encostada aguardando o seu retorno. Tudo por causa do bom relacionamento que construiu. O jeito maleável e boleiro de ser do Papai Joel.
- O que interessa é a aceitação do grupo. Não adianta fazer uma coisa que o time não quer. Tenho uma linha de conduta que a vida me ensinou. Gosto de ser assim. Em três semanas eles deram a volta por cima. Hoje o noticiário é do Botafogo. Vi coisas legais, bem feitas sobre mim. Minha filha me mostrou no laptop uma montagem em que estava como um profeta. Isso é bacana – declarou, referindo-se à imagem publicada pelo GLOBOESPORTE.COM para ilustrar, na noite de quinta-feira, a página do Alvinegro no site (a mesma imagem que abre esta matéria).
Ao chegar ao treino no dia seguinte à vitória sobre o Flamengo, ele recebeu uma demonstração de que a tal aceitação que tanto procura apareceu no Botafogo.
- Eles (jogadores) fizeram algo que me emocionou. Em agradecimento, me deram uma garrafa de champanhe. Lógico que a felicidade não é pela garrafa, mas por causa do gesto. Eu dependo deles. Podemos até perder a final no domingo, mas vai ser no campo, e a torcida terá a certeza de que demos o nosso melhor – afirmou o treinador.
O Botafogo enfrenta o Vasco neste domingo, às 17h (de Brasília), no Maracanã, pela final da Taça Guanabara. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real, com vídeos.