Total de visualizações de página

Botafogo ferve com boato de 'Golpe de Estado' em caso de rebaixamento

Maurício Assumpção diz não temer possível movimento para derrubá-lo, e Montenegro lembra que não existe base estatutária para o fato

Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro


                      Montenegro e Maurício Assumpção dizem não acreditar em suposto 'golpe'

A complicada situação vivida pelo Botafogo dentro de campo já cria consequências fora dele. Mesmo antes de começar a partida contra o Palmeiras, que decidirá o futuro da equipe no Campeonato Brasileiro, os corredores de General Severiano fervem com os boatos de um possível movimento de ex-dirigentes para, em caso de rebaixamento neste domingo, derrubar o presidente Maurício Assumpção e quem mais estiver abaixo dele.

Na última terça-feira, um almoço reuniu caciques do Botafogo, como o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, além dos ex-vices de futebol Manoel Renha, Rivadávia Corrêa e Ricardo Rotenberg, além de Cláudio Good, que atualmente ocupa o cargo de vice administrativo e financeiro. O prato principal teria sido as cabeças de Maurício Assumpção e André Silva, vice de futebol.

No entanto, há quem diga que este assunto teria sido apenas comentado como uma vontade de uma corrente política que atualmente está fora do Conselho Deliberativo do clube, mas que inicialmente apoiou a candidatura única de Maurício Assumpção e que a deixou, pouco antes da eleição, por divergências e hoje faz oposição. Sabe-se, entretanto, que existe uma grande possibilidade de haver uma total reformulação no departamento de futebol, caso a queda para a Segunda Divisão se concretize.

- Realmente houve este almoço, mas é algo que acontece uma vez por mês. Nos encontramos para falar sobre o Botafogo e sobre nossas vidas. Sei que existe essa ideia por parte de algumas pessoas, mas sou contra, até porque não existe base legal para isso. Sou a favor da democracia e penso que, se o pior acontecer no domingo, o presidente precisa permanecer para consertar o que está errado - afirmou Carlos Augusto Montenegro.

Apoiado publicamente por Montenegro, Renha e Good em sua candidatura, Maurício Assumpção diz não acreditar que haja este movimento de golpe. Por isso, se diz tranquilo quanto ao futuro e certo de que tem feito, dentro da realidade, o melhor trabalho possível para o Botafogo.

- Algumas pessoas vieram me falar sobre esses rumores, mas nem quero saber de onde eles vêm. A coragem que tive para assumir a presidência num momento em que ninguém queria fazê-lo é a mesma que vai me manter até o fim do mandato de três anos. Não vejo nenhum tipo de base legal ou estatutária para que algo do tipo aconteça. Além disso, não passa pela minha cabeça ver o Botafogo rebaixado, mas caso ocorra o pior, não vou entregar os pontos - garantiu.

Ex-presidente se diz disposto a voltar no caso de queda

Maurício Assumpção lembrou ainda que as perspectivas do Botafogo para 2010 são muito melhores do que as de seu primeiro ano de mandato, tanto em relação ao futebol – com a geração de receitas no Engenhão e de patrocínio na camisa – quanto em termos de reestruturação do patrimônio do clube. Segundo ele, são motivos que reforçam sua vontade de permanecer comandando o Alvinegro, na alegria ou na tristeza.

- O grupo que assumiu o Botafogo em 2009 o fez com a responsabilidade de promover uma reestruturação financeira, com a missão de fidelidade ao orçamento, apesar de estes valores terem sido esticados num segundo momento. Sabia que todas esses problemas poderiam acontecer no caso de insucessos no campo, mas não me acovardei e aceitei o desafio que alguns não quiseram. Não me arrependo e tenho a mais profunda certeza de que o trabalho feito é sério, honesto e que os resultados aparecerão em 2010 - frisou.

Afastado do dia a dia do Botafogo desde que terminou o processo eleitoral do clube, no fim do ano passado, Carlos Augusto Montenegro não descarta retornar às atividades de colaborador, caso o rebaixamento aconteça. Esta é mais uma possibilidade que vem sendo falada nos corredores de General Severiano. O ex-presidente, que comanda o instituto de pesquisas Ibope, se diz disposto a assumir a missão.

- O ano de 2010 será complicado para mim profissionalmente, mas se o pior ocorrer no domingo, posso ajudar, sim. Mas estou otimista em relação a uma vitória do Botafogo sobre o Palmeiras, apesar da apreensão de torcedor - disse.