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Guerreiro completa 100 batalhas pelo Alvinegro e sonha fazer história no clube



Volante, que alcançará marca neste domingo, contra o Mesquita, brinca: 'O único Guerreiro de verdade sou eu'

Gustavo Rotstein Rio de Janeiro

Gustavo Rotstein/Globo Esporte
Leandro Guerreiro e a bandeira alvinegra que tem em seu apartamento


No apartamento de Leandro Guerreiro, chama a atenção a bandeira do Botafogo posicionada ao lado da televisão. É o instrumento de torcida de sua filha Manuela, de 5 anos. Essa identificação que ultrapassa as linhas do campo aumentará a partir deste domingo, quando o volante enfrenta o Mesquita, pelo Campeonato Carioca, e completa 100 partidas com a camisa do Alvinegro, após chegar no início de 2007.


Em 99 jogos, foram três gols marcados, com 47 vitórias, 26 empates e 26 derrotas. Leandro Guerreiro recebeu a reportagem do GLOBOESPORTE.COM para falar sobre seu atual momento no clube.


O volante reconhece que tornou-se uma referência no grupo, não apenas pelo tempo de clube, mas pelo diálogo constante com a diretoria e a identificação com a torcida. Mas por pouco o volante não completa esta marca histórica. Ele reconhece que pensou em deixar General Severiano ao fim do ano passado, que terminou com o equivalente a seis meses de pagamentos atrasados.


O que significa para você completar 100 partidas com a camisa do Botafogo nesta domingo?


Para falar a verdade, foi algo que me pegou de surpresa. Sabia que estava perto da marca, mas achava que ainda faltavam 10 ou 15 partidas. Foi até bom que o GLOBOESPORTE.COM tenha mostrado a relação dos meus jogos. É um número importante para a minha carreira, pela identificação que tenho com clube, diretoria, torcida e grupo. Em 2006, por exemplo, estava disputando a Série C pelo Criciúma, pelo qual fui campeão e capitão.


Quando pensa nesta marca, o que é mais importante para você?


É algo que me emociona bastante. Todo jogador profissional busca a identificação com um clube e o carinho de seus torcedores. É nisso que penso, pois sinto-me realizado. Ainda mais hoje em dia, quando há atletas que não ficam nem seis meses, eu inicio meu terceiro ano no Botafogo. Adoro vestir essa camisa e espero um dia ser um dos jogadores que mais defenderam o clube em sua história.

Gaúcho, Leandro Guerreiro não dispensa o chimarrão nem no calor carioca


Diante disso, na sua avaliação, qual é o seu status no Botafogo? Acha que pode ser considerado uma referência?


Sem desmerecer nem julgar ninguém, sim. Tirando Juninho e Alessandro, temos um elenco com jogadores com pouca vivência de casa. Sinto que sou responsável pelo grupo e que tenho uma liderança, mas reconheço que representa uma responsabilidade maior. A minha ideia é ficar muito tempo no Botafogo e cada vez me firmar mais neste papel. Em algum momento chegou a haver a possibilidade de você não completar estes 100 jogos pelo Botafogo.


No fim do ano passado, auge da crise financeira do clube, você pensou em sair?


Para ser sincero, em algum momento todos os jogadores que estavam aqui pensaram em sair, pelas dificuldades financeiras que o clube passou. Foram quatro meses de salários atrasados, mais 13º e férias. É uma situação complicada, dolorosa. Chega o momento em que o desespero bate, você procura uma solução e não acha, as contas vão chegando e a família precisa de uma solução. Pensei em sair, sim. Mas depois ao saber que a nova diretoria teria André Silva e Manoel Renha, tive um alívio grande. São caras em nos quais confio, e logo tive a certeza de que resolveriam esses problemas. Não está sendo diferente, o Botafogo está no caminho certo.

Gustavo Rotstein/Globo Esporte
Leandro Guerreiro é um dos jogadores mais identificados com o clube


Até que ponto você acha que o nome Guerreiro o ajudou para criar essa identificação com a torcida do Botafogo?


A maioria das pessoas acha que é um apelido, mas Guerreiro é nome de família mesmo. Brinco com meus amigos, dizendo que o único Guerreiro de verdade sou eu, pois não conheço outro jogador que tenha esse sobrenome. Mas tem os dois lados. A responsabilidade aumenta, porque sendo Guerreiro no nome, tenho que demonstrar em campo que sou guerreiro mesmo. Acho que este nome me ajudou no Botafogo, pois é algo forte e positivo. Mas se não fizer por onde, só me prejudica. Meu pensamento é mostrar o guerreiro que tenho dentro de mim e ajudar o Botafogo em todos os momentos.


Qual a avaliação que faz de sua atual fase, atuando como zagueiro?


O ano de 2007 foi excelente, pois voltei a defender um grande clube. Em 2008 houve altos e baixos, por causa de uma lesão no púbis. Acho que é a mais complicada para um jogador de futebol. Para minha surpresa, comecei 2009 atuando numa posição diferente, a zaga pelo lado esquerdo, ao lado de Emerson e Juninho. Ainda venho buscando a adaptação, pois é complicado jogar do lado esquerdo da defesa, principalmente na hora de sair com a bola, já que sou destro. Não é onde mais gosto, mas se o Ney Franco achar melhor que eu fique lá, farei o máximo para ajudar. Acho que fui bem nas duas primeiras partidas.


O que deseja de especial neste domingo? Você tem o desejo de marcar um gol ou atuar vestindo a camisa 100?


Meu primeiro pensamento é o de vitória. E agora que venho atuando mais recuado, fica difícil concluir a gol. Mas se tiver oportunidade, vou chutar. Ficaria muito feliz se marcasse neste dia especial. Também seria legal usar a camisa 100, mas deixo isso para a diretoria decidir.