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Vídeo: Para Donizete, os salários atrasados não são desculpa para queda de rendimento

Em visita ao Botafogo, ex-atacante lamenta rotina de decepções e lembra que o grupo de 1995 foi campeão brasileiro mesmo sem receber em dia

Gustavo Rotstein Rio de Janeiro


Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM
O ex-atacante Donizete, campeão brasileiro pelo Glorioso em 1995, em visita a General Severiano

Donizete foi um dos grandes nomes do Botafogo que conquistou o Campeonato Brasileiro em 1995 (assista ao vídeo abaixo). Naquela época, a realidade financeira do Alvinegro não era muito diferente da atual, mas mesmo assim o clube alcançou o título mais importante de sua história. O ex-atacante, que esteve em General Severiano nesta terça-feira, diz, portanto, que o atraso no pagamento dos salários não pode servir como única desculpa para o insucesso do time de 2008.

- Todo jogador sabe que a maioria dos clubes brasileiros não tem uma regularidade de pagamento. Eles estão cientes disso e conseguem guardar alguma coisa para os momentos de dificuldade. O time de 95 foi campeão com três meses de salários atrasados. Aliás, nas vezes em que defendi o Botafogo, quase nunca recebi em dia - revela o ex-jogador, que à época formou com Túlio Maravilha um dos melhores ataques da história mais recente do Glorioso.



O Pantera lembra que o grupo de 1995, com jogadores como Wagner, Wilson Gottardo, Gonçalves, Leandro Ávila e Sérgio Manoel, tinha um diferencial, e isso pesou na conquista, uma vez que o Botafogo não era visto como candidato ao título, mas surpreendeu a todos.

- Nosso time era mais experiente e levava essa situação de maneira melhor. Não adianta estar mal fora e dentro de campo. Naquela época, sabíamos que as vitórias fariam com que tivéssemos mais chances de receber, pois ajudaríamos o clube. Também era uma maneira de buscarmos projeção, talvez uma transferência para um clube com melhores condições financeiras. Pelo menos, eu pensava assim - explica.

Donizete esteve no Botafogo nesta terça para conversar com o presidente Bebeto de Freitas. Sua intenção é comandar uma escolinha de futebol em Volta Redonda, que ajudaria a revelar jogadores para o Alvinegro. O Pantera acompanhou atentamente a campanha da equipe em 2008, e, como todo torcedor, não escondeu a decepção.

- O Botafogo deixou a desejar, principalmente em algumas partidas em casa. Mas isso infelizmente tem virado uma rotina. Acho que não é por vaidade, pois conheço os jogadores e sei que isso não existe. O problema é que, quando há a consciência de que a equipe tem qualidade, a queda de rendimento é um choque - observa.