Atlético-MG despacha o Botafogo no Mineirão e acaba com tabu de sete anos
Desde 2001 o Galo não vencia os cariocas. O zagueiro Leandro Almeida, com dois gols, foi o herói do jogo
GLOBOESPORTE.COM
Belo Horizonte
Sete anos depois, o Atlético-MG voltou a vencer o Botafogo. Jogando no Mineirão, o Galo fez 2 a 1, neste domingo, em partida válida pela 33ª rodada do Brasileirão e colocou um ponto final em um tabu que durava desde o dia 3 de outubro de 2001, quando venceu por 4 a 0 no estádio Independência. O zagueiro Leandro Almeida foi o herói atleticano. Ele marcou duas vezes e agora tem cinco gols no campeonato. Carlos Alberto descontou. Só neste ano, as duas equipes tinham se enfrentado cinco vezes, com quatro vitórias cariocas e um empate.
O resultado deixa o Galo mais tranqüilo na briga por uma vaga na Sul-Americana, ainda em 13º, mas agora com 41 pontos. Já o Botafogo segue com 49, na sexta posição, e praticamente sem chances de conseguir uma vaga na Libertadores.
Na próxima rodada, o Botafogo tem pela frente o clássico contra o Flamengo, domingo, às 19h10m, inicialmente marcado para o Maracanã. No mesmo dia e no mesmo horário, o Galo vai até Salvador, encarar o Vitória.
Paciente, Galo segura pressão e sai na frente
Mesmo fora de casa, o Botafogo ditou o ritmo do início do jogo. Com o meio-campo povoado, o time carioca trocava passes e mantinha a posse de bola. Porém, faltava criatividade, e a primeira conclusão aconteceu aos 8 minutos, em chute de Carlos Alberto da entrada da área que Edson defendeu sem dificuldade. Pelas pontas, o Galo tentava equilibrar as ações, mas parava também na incompetência para armar jogadas.
Com muita disposição ofensiva, os dois times pecavam no último passe. Sendo assim, Carlos Alberto resolveu partir para a jogada individual. Aos 13, após avançar pela esquerda, o meia limpou o lance e bateu colocado para grande defesa de Edson, na ponta dos dedos, no canto esquerdo. Na seqüência, após cobrança de escanteio, Wellington Paulista quase abriu o placar, ao cabecear firme e ver a bola explodir no travessão.
Melhor em campo, o Botafogo se descuidou na defesa, e em grande jogada individual o zagueiro Welton Felipe fez fila, invadiu a área e foi derrubado por Renan. Pênalti para o Galo, cobrado com categoria por Leandro Almeida. Goleiro para um lado, bola para o outro e 1 a 0 no placar, com 20 minutos da primeira etapa. Na comemoração, o zagueiro saiu mancando em homenagem ao volante Serginho, que se recupera de lesão no joelho.
Ainda com maior volume de jogo e posse de bola, o Botafogo seguia no campo de ataque, mas continuava desorganizado. Tanto que por dez minutos trocou passes e sequer concluiu para o gol de Edson. Diante da inoperância carioca, o Galo passou a explorar os contra-ataques. Aos 33, Márcio Araújo deixou Diguinho para trás e tocou para Marques dentro da área. O atacante dominou com estilo e chutou cruzado. Seis minutos depois o susto foi maior. César Prates cobrou falta com categoria e acertou a trave esquerda do goleiro alvinegro.
Apático e caminhando em campo, o Botafogo seguia assistindo o Galo avançar em velocidade. Aos 41, Renan Oliveira fez o que quis pela esquerda e cruzou no segundo pau. O boliviano Castillo escorou de cabeça e tirou tinta do travessão de Renan. O camisa 1 do Glorioso ainda trabalharia com uma grande defesa no último minuto do primeiro tempo, quando Raphael Aguiar pedalou pra cima de Rodrigo Sá e encheu o pé.
Na saída para o intervalo, Renan não perdoou a passividade do setor defensivo.
- Estamos dando muito espaço. Temos que marcar em cima.
Zagueiro-artilheiro aparece novamente e decreta e vitória
A bronca de Ney Franco no intervalo deve ter ligado o time do Botafogo, que seguiu no campo de ataque na segunda etapa, mas jogando com maior velocidade. Aos 2 minutos, Carlos Alberto cobrou falta com categoria e assustou Edson. Dois minutos depois, o próprio meia errou a cabeçada na marca do pênalti após cruzamento de Jorge Henrique. No contra-ataque, o Galo quase ampliou aos 8, com Renan Oliveira, que chutou forte para a defesa do xará carioca. Entretanto, o Bota seguia mais perto do gol de empate.
Aos 10, Jorge Henrique acertou o ângulo direito de Edson, que voou para salvar o Galo. Logo depois, Rodrigo Sá apelou, fez falta dura em Márcio Araújo, que levava os mineiros para o ataque, e foi expulso. Justamente quando estava em desvantagem numérica que o Botafogo chegou a igualdade no placar. Lucas Silva descolou bom passe para Carlos Alberto, que deixou Élton na saudade e fuzilou de canhota para o fundo das redes,aos 17. Perdido, o Atlético-MG quase permitiu a virada aos 22. Eduardo recebeu do "garçom" Lucas Silva encheu o pé. Edson só olhou, torceu e viu a bola tirar tinta do travessão.
Com os rivais cada vez mais na cola na tabela por uma vaga na Copa Sul-Americana e um jogador a mais em campo, Marcelo Oliveira mandou o Galo para o ataque. Para aproveitar os espaços que o Botafogo dava na defesa, o treinador colocou Petkovic em campo e acertou na estratégia. Aos 31, o sérvio cobrou falta com maestria e encontrou Leandro Almeida na pequena área. O zagueiro deu um peixinho e marcou seu segundo gol no jogo. A bola ainda tocou na trave direita antes de entrar no gol de Renan: 2 a 1 no placar e fim do jejum.
Ficha técnica:
ATLÉTICO-MG 2 x 1 BOTAFOGO
Edson, César Prates, Leandro Almeida, Welton Felipe e Raphael Aguiar; Nen (Petkovic), Márcio Araújo, Élton e Renan Oliveira; Castillo (Pedro Paulo) e Marques (Beto). Renan, Thiaguinho (Edson), Emerson, Andre Luis e Triguinho (Luciano Almeida); Rodrigo Sá, Diguinho, Lucas Silva e Zé Carlos. Jorge Henrique e Wellington Paulista (Eduardo).
Técnico: Marcelo Araújo.
Técnico: Ney Franco.
Gols: Leandro Almeida, aos 20 do primeiro tempo, Carlos Alberto, aos 17, e Leandro Almeida aos 31 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Nen (Atlético-MG); Triguinho (Botafogo). Cartão vermelho: Rodrigo Sá (Botafogo).
Estádio: Mineirão.
Data: 02/11/2008.
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR).
Auxiliares: Gilson Bento Coutinho e Ednilson Corona.