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Lamartine Babo, o compositor dos hinos dos clubes do Rio de Janeiro

Considerado um gênio popular, ele se destacou no carnaval e no futebol  

 Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro






Quando falamos em carnaval e futebol é impossível não lembrarmos do grande e saudoso compositor Lamartine Babo. Afinal de contas, além das tradicionais marchinhas como “O teu cabelo não nega”, ele também é responsável pelos hinos de 11 clubes do Rio de Janeiro. Um número expressivo que só comprova o talento deste carioca, que chegou a ser recebido pelo então Presidente Getúlio Vargas, em 1951 (assista o vídeo ao lado).

- Ele era um gênio popular – avalia a cantora Beth Carvalho.

Na opinião do produtor musical, Nelson Motta, Lamartine tinha uma facilidade nos versos, nas melodias. Já o cantor e compositor Paulinho da Viola considera as letras das marchinhas de Lamartine Babo simplesmente primorosas.

Lamartine morreu em 1963, mas sua presença pode ser sentida até hoje nos estádios de futebol. Afinal de contas, ele compôs os hinos do Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, além do América, Bangu, Madureira, Olaria, Bonsucesso, Canto do Rio e São Cristóvão. Cada um com a sua peculiaridade.

- Ele é o espírito da irreverência do carnaval, da leveza e da alegria. Isso tudo os hinos dos clubes têm – analisa Nelson Motta.

Apaixonado por futebol e torcedor do América, ele compôs o hino do seu clube de coração baseado na adaptação de uma música americana chamada “Row Row Row”. Coincidência ou não, muita gente acha este hino o mais bonito de todos.
Beleza à parte, os hinos dos grandes clubes cariocas cantados há seis décadas por milhões de torcedores anônimos e famosos são os seus grandes sucessos de público.

Há várias versões sobre como Lamartine escreveu os hinos, sendo que uma das mais divertidas é a de Sargentelli, sobrinho do compositor. Segundo ele, levaram Lamartine para um apartamento na Rua Senador Dantas, no Centro do Rio, onde tinha uma geladeira com comida para cinco ou seis dias. Ao chegar lá, dois seguranças avisaram que ele só poderia sair após escrever os hinos dos clubes de futebol.

No entanto, tudo começou por acaso, quando ele compôs uma marchinha para o Flamengo no carnaval de 1945, que acabou virando o hino informal do time até hoje. Diante do enorme sucesso. Heber de Boscoli, que fazia o programa ‘Trem da Alegria’ com Lamartine propôs o desafio dele compor um hino por semana para os outros clubes de futebol do Rio. O resultado é que no final da década de 40 todos os 11 times que disputavam o Campeonato Carioca já tinham os seus hinos.