Após três empates seguidos, sem confiança e pontaria, time se acerta e faz 12 gols na reta final. Oswaldo se apega aos campos para provar regularidade
Estreia tranquila, queda de produção, protestos e apreensão, acerto na pontaria e vaga em primeiro lugar no Grupo A. As curvas na produção do Botafogo na primeira fase da Taça Guanabara refletem os altos e baixos que a temporada já registrou em menos de dois meses. O time de Oswaldo de Oliveira chegou a ser quarto colocado, mas encerrou com a segunda melhor campanha geral e o melhor ataque - 17 gols no total, 12 deles nos últimos três jogos. O próprio tom de voz do treinador oscilou: quando precisou agir, falou mais grosso e defendeu seus jogadores. Nos momentos de calmaria, discursou com a ponderação costumeira.
A visão, no entanto, é bem otimista. Para o comandante, o nível dos palcos foi determinante para a irregularidade ilusória, ainda que tenha admitido a falta de confiança de algumas peças, como Elkeson, recuperado na base da paciência. Após seis meses de jejum, o meia já fez três gols.
- Toda vez em que jogamos em um campo bom (Engenhão e Moacyrzão, refere-se), fomos muito bem e vencemos. A única vez que aconteceu o empate, contra o Flamengo, acho que fomos bem melhores. Nos outros locais, é difícil ter um parâmetro por ser o início de trabalho. A equipe tem evoluido, não devemos nada a ninguém e podemos atingir nosso objetivo - comentou Oswaldo, a respeito dos campos irregulares e pequenos em Moça Bonita e Conselheiro Galvão, onde também fez muito calor, que teriam ajudado a decretar os tropeços contra Nova Iguaçu e Madureira.
Herrera comemora seu gol do Botafogo contra o Macaé ao lado do time (Foto: Satiro Sodré / Divulgação Agif)
Embora esteja confiante, a comissão técnica mantém a cautela, já que uma derrota na próxima quinta-feira, para o Fluminense, pode pôr tudo por água abaixo.
- Tem de ter início, meio e fim para analisar e dizer se estamos satisfeitos. Dominamos os adversários no Engenhão, evoluímos bem a cada jogo, mas ainda temos jogos pela frente e outra fase - alerta Oswaldo.
O zagueiro Antônio Carlos vem batendo na tecla da melhor recomposição, para evitar os contragolpes, o que, de acordo com ele, é o maior erro alvinegro até aqui. Mas também aposta no crescimento para que a ida à final seja algo natural.
- No primeiro turno, sempre é assim desde quando eu jogo estadual: o pequeno, preparado há mais tempo, complica e às vezes leva até uma final. Aos poucos, há o acerto dos grandes. Isso é legal para o campeonato. Estamos num caminho legal, confiantes, nunca dependemos de ninguém - lembra o camisa 3, de olho no nível apresentado na metade do Brasileirão de 2011.
Além de Elkeson, Lucas e Maicosuel são dois dos jogadores que ganharam força com o passar das partidas e equilibraram o time para o retorno das vitórias.
- Todo mundo fica mais preso no começo. Ganhar bem alguns jogos foi importante para aliviar o pessoal e dar confiança. Por isso, a vontade de ficar em primeiro. Crescemos com a volta do entrosamento e estamos focados em levar os dois turnos para ficar com o título - disse o lateral.