A magia está de volta: Maicosuel passa com louvor em primeiro teste
Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
  Caio Júnior repetiu quase como um mantra durante seu primeiro mês no  Botafogo: “o time precisa de armadores”. O treinador estava certo. Sem  opções para a posição, o técnico apostou no garoto Cidinho e em  improvisações no setor. Mas o problema parece estar, pelo menos  parcialmente, resolvido. Após quase oito meses longe dos gramados,  Maicosuel jogou cerca de 35 minutos do amistoso deste sábado, contra o  Friburguense. E bastaram poucos toques na bola para o Mago mostrar que  ainda pode ser o fator de desequilíbrio do Glorioso no Brasileiro.
  Logo em sua primeira jogada, Maicosuel foi para a área. Quando a bola  parou nos pés de Alex, se desmarcou por trás de seu adversário. O  atacante tocou para o meia, que driblou o zagueiro, com um giro, e o  goleiro para marcar um golaço . Na  comemoração, o choro de emoção de quem aguardou tanto tempo para voltar e  chegou a temer seu futuro no futebol. Em pé, os torcedores alvinegros  presentes ao estádio bateram palmas e gritaram “o Mago voltou”. Em  campo, todos os jogadores correram em sua direção para o abraçar.  Membros da comissão técnica também não se contiveram e invadiram o  gramado para participar da festa geral.
- Quando fiz a cirurgia no joelho, os médicos falaram que eu tinha 50%  de chance de voltar a jogar. Tive muito medo de não poder mais fazer o  que me dá prazer. Graças a Deus, as coisas aconteceram de uma maneira  boa e hoje estou podendo jogar. Não sei como vai ser daqui para a  frente, mas já estou muito feliz de poder exercer minha profissão de  novo. Não sei se vou ser o Maicosuel que a torcida espera, mas vou me  esforçar muito para corresponder.
  Mesmo após o gol, a vontade de Maicosuel era muita. Ainda sentindo  falta de ritmo de jogo, o meia deu “piques” em campo a toda hora, mesmo  que o intuito fosse apenas cercar o adversário. Na organização de  jogadas, o jogador deu bons passes, um deles de calcanhar, para  finalização de Marcelo Mattos. O chute do volante, entretanto, foi para  fora.
  No fim da partida, Maicosuel estava extremamente emocionado e fez  questão de agradecer a todos que de forma direta ou indireta o ajudaram  nos mais de sete meses longe dos gramados.
  - Agradeço primeiro à minha mulher e à minha filha. Meu pai e minha mãe  também foram muito importantes nesse tempo todo que fiquei em casa.  Tenho que agradecer aos meus companheiros, à comissão técnica e,  principalmente, aos médicos do Botafogo. Agradeço também a vocês da  imprensa pelo respeito que sempre tiverem por mim. Quando entrei no  vestiário não conseguia nem falar. Deixei que meus irmãos falassem por  mim. É muita alegria.
  A comemoração é válida, mas será parcialmente contida. O técnico Caio  Junior diz que é preciso não se empolgar e seguir o trabalho que vinha  sendo feito.
  - Se ele chegou neste momento com condições tão boas foi porque o  trabalho ao longo destes sete meses foi bem feito. Não podemos pular  etapas. No próximo amistoso, no fim de semana, devo colocá-lo para jogar  45 minutos. Entendo a ansiedade da torcida, mas temos que fazer as  coisas da maneira correta.
  E a maneira correta pressupõe que o jogador não será titular na partida  contra o Palmeiras, no dia 22 de maio, na estreia do Brasileirão.  Maicosuel ainda precisa ganhar ritmo antes de encarar os 90 minutos de  uma partida oficial.
  - Ele não deverá ser titular na estreia. Precisa de um pouco mais de  tempo ainda. E não podemos colocar uma responsabilidade em cima dele  exagerada. É um jogador diferenciado e tem tudo para ser um dos grandes  jogadores do Brasileiro, mas não joga sozinho.
  Os jogadores do Botafogo ganharam o domingo de folga para passarem o  dia das mães em casa. Na segunda, o grupo retorna aos trabalhos em  General Severiano.
 
 
