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Botafogo condiciona volta de Jobson a internação e tratamento

Atacante, que recentemente faltou a reunião no Rio, procura 'meio-termo' para retornar a General Severiano

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Jobson no treino do Botafogo (Foto: Agência Photocâmera) 
Jobson, nos tempos de Botafogo: volta apenas
com tratamento (Foto: Agência Photocâmera)
 
Por mais que ainda esteja vinculado ao Atlético-MG, Jobson faz parte do dia a dia do Botafogo. Atualmente, diretoria e comissão técnica avaliam se haveria algum benefício em reintegrar um jogador que protagonizou diversos casos de indisciplina em sua segunda passagem por General Severiano, no segundo semestre de 2010. Se o atacante voltará ao clube, ainda não se sabe. Mas ele já foi avisado pelo presidente Maurício Assumpção que um possível retorno acontecerá apenas se o jogador aceitar se internar para tratamento de dependência química.

Assumpção prefere tratar a questão de forma interna. No entanto, nas constantes conversas que estabelece com Jobson por telefone, deixou claro que esta é a única alternativa para que o Botafogo aceite de volta o jogador antes do fim do contrato de empréstimo com o Atlético-MG, que termina em dezembro.

Recentemente, o atacante comunicou à diretoria Galo que não pretendia mais permanecer em Belo Horizonte. No entanto, o clube carioca ainda espera a rescisão formal com os mineiros para decidir o futuro do atacante. A preferência é por uma nova negociação.

Um dos empresários de Jobson, Antenor Joaquim atualmente encontra-se em Brasília, para onde o atacante foi depois de deixar o Atlético-MG. Seu trabalho nos próximos dias será, ao mesmo tempo, convencer Jobson da necessidade do tratamento e encontrar, com a diretoria do Botafogo, um meio para que o jogador retorne ao clube de maneira que todas as partes fiquem satisfeitas.

- O Jobson tem a consciência de que precisa aceitar as condições impostas pelo Botafogo. Mas estamos conversando com a diretoria para encontrarmos um meio-termo - disse Antenor Joaquim.
No dia 21 de junho haverá a primeira audiência da Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça, sobre o caso de Jobson, que foi pego no exame antidoping, em 2009, por uso de cocaína. O tribunal Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva brasileiro puniu o jogador por seis meses, e a sentença poderá ser revista pelo CAS. O resultado final do julgamento dará as coordenadas do futuro de Jobson, seja no Botafogo ou em qualquer outro clube. O Jobson tem a consciência de que precisa aceitar as condições impostas pelo Botafogo. Mas estamos conversando com a diretoria para encontrarmos um meio-termo"

Joaquim, empresário de Jobson
 
No fim do ano passado, os constantes atrasos a treinamentos e o comportamento adotado fora de campo – segundo a diretoria não compatível ao de um atleta profissional – fizeram com que Jobson fosse afastado pelo Botafogo das últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. A decisão foi tomada muito baseada no pedido dos próprios jogadores alvinegros, que classificaram as atitudes do companheiro como falta de comprometimento na reta final da temporada.

Mesmo buscando uma nova chance, Jobson voltou a decepcionar o Botafogo recentemente. Há cerca de duas semanas o atacante marcou um reunião com a diretoria alvinegra para conversar sobre seu futuro. No horário marcado (um sábado, às 13h) estavam em General Severiano o gerente de futebol Anderson Barros e Antenor Joaquim. Jobson não apareceu.

Mesmo sem entrar em detalhes sobre o teor de suas conversas com Jobson, Maurício Assumpção já deixou claro que o Botafogo não está disposto a fazer concessões para contar novamente com o jogador. Até porque, em sua passagem anterior pelo clube, o jogador faltou a várias consultas com o psiquiatra designado para comandar seu tratamento.

- O Jobson sabe exatamente qual a condição para voltar ao Botafogo um dia. Se ele aceitar, volta. Se não aceitar, não volta. E agora o Botafogo é firme nessa questão. O Botafogo já deu todas as chances do mundo, foi compreensivo, carinhoso. Agora está determinado a um tipo de atitude, que não vou dizer qual. Se ele quiser, ele diz - disse o presidente alvinegro, em entrevista coletiva na última sexta-feira.

A exigência da diretoria será a exigência dos jogadores. Um dos líderes do grupo, o goleiro Jefferson deixou claro que o elenco o acolherá se mostrar-se disposto a uma atitude profissional.

- O Jobson é um ótimo atacante e qualquer equipe gostaria de contar com ele. Mas não depende só disso. Qualquer jogador que vier tem de que se enquadrar na filosofia do Botafogo - frisou.