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Alvo de vaias, Alessandro recusa oferta do Atlético-PR pelo Botafogo

Lateral-direito revela insatisfação com críticas sofridas no Engenhão, mas garante não se abater e enaltece carinho com o Alvinegro

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro

Quando esteve em Curitiba para defender o Botafogo contra o Paraná Clube, pela segunda fase da Copa do Brasil, Alessandro recebeu dois telefonemas. Um de Geninho e outro de Valmor Zimermann, então treinador e diretor de futebol do Atlético-PR, respectivamente. O assunto era uma proposta de contrato de dois anos de duração para o retorno ao clube pelo qual conquistou o Campeonato Brasileiro de 2001 e que o levou à Seleção Brasileira. Alessandro agradeceu, mas recusou. Tiveram mais peso o apreço pelos quatro anos vestindo a camisa do Alvinegro e foram relevadas as frequentes vaias, como as que ecoaram no Engenhão ainda nos primeiros minutos do empate em 2 a 2 com o Avaí, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil.

- Nem levei essa proposta ao Botafogo. Apesar de tudo, gosto muito do clube e tenho um compromisso com Maurício Assumpção, André Silva e Anderson Barros. O Atlético é um clube no qual tenho história e considero Curitiba a minha casa, mas neste momento o vale mais é a boa relação que tenho com o Botafogo e com a diretoria - disse Alessandro, que chegou a General Severiano em maio de 2007.
As pessoas acham que você não tem o direito de errar"
Alessandro
 
O “apesar de tudo” de Alessandro se refere às constantes vaias das quais é alvo em todos os jogos do Botafogo. Mas no dia seguinte ao empate com o Avaí, o lateral garantiu que as críticas estão longe de abalá-lo. Com a experiência dos anos vividos no futebol e em General Severiano, o jogador afirma conseguir deixar de lado os sons da arquibancada.

- Quando era mais novo chegava em casa depois do jogo p... e nem brincava com meu filho. Mas hoje não fico mais p... e brinco com meu filho. É inadmissível você mal entrar em campo e ser xingado. Você pega na bola e é xingado. As pessoas acham que você não tem o direito de errar. Claro que os torcedores têm o direito de vaiar, mas a gente pede que nos incentivem. Pois sempre que tivemos o apoio da arquibancada, chegamos longe - destacou.

Alessandro ainda mostrou-se preocupado com as consequências das críticas da torcida em relação aos mais jovens do elenco.

- Os mais novos, que chegaram agora, ficam assustados, mas quem está há mais tempo passa tranquilidade. Passo a eles a importância de não se esconder do jogo. Mas essa é a hora de os bombeiros experientes apagarem o fogo - brincou o lateral.